Os especialistas em assuntos relacionados a educação divergem sobre a introdução da língua Árabe no sistema educativo guineense anunciada ontem pelo ministro da educação nacional.
As opiniões diversas foram recolhidas, esta hoje (24), pela rádio Sol Mansi, dias depois do ministro Arcenio Jibril Baldé, ter revelado que já está aprovado a introdução da língua Árabe no sistema educativo guineense.
Para Lamine Sonco, mestre em ciência da educação, “é uma surpresa a introdução da língua Árabe no currículo escolar dada a complexidade do sistema educativo guineense. No meu ponto de vista, como um técnico não faz nenhum sentido, temos ainda um problema de estudar a língua portuguesa que é uma língua oficial para os guineenses, há alunos na universidade com problema de expressar o português, trazendo a língua Árabe para introduzir no sistema do ensino não como uma língua opcional como Inglês ou Francês, não faz sentido no nosso contesto e estamos a levar o nosso sistema de ensino numa situação muito preocupante ainda. Para nós, a língua Árabe é uma situação muito estranho”, manifestou.
Já o antigo ministro da Educação e quadro sénior do mesmo ministério, Alfredo Gomes admite que é mais uma valia a introdução da língua Árabe no sistema educativo guineense, “a situação da língua é sempre um factor de condicionalismo aqui na Guiné-Bissau, porque o nosso sistema do ensino superior interna tem os seus problemas e recorremos sempre para o ensino superior no estrangeiro e o que deparamos ali, é a situação da língua e rejeitando a língua Árabe no nosso sistema educativo, significa que estamos a fechar as portas para que os nossos estudantes não possam estudar nos países árabes, por isso, no meu ponto de vista não há nada de desvantagem nesta matéria”, defendeu o ex-ministro da Educação Nacional.
No último final de semana, o ministro da Educação Nacional e Ensino Superior, Arcenio Jibril Baldé, justificou a introdução da língua Árabe no sistema educativo guineense como forma de permitir a criação da escola bilingue onde o Português e Árabe vão ser leccionados na mesma escola.
Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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