Bissau,25 Ago 20(ANG) – O Director-geral da Veterinária disse que o estudo para a reabilitação dos edifícios e do laboratório da pecuária já estão concluídos, faltando apenas uma aprovação do Banco Mundial para o lançamento do concurso para o início das obras.
Bernardo Cassamá, em entrevista exclusiva à ANG, disse que esperam que as obras de reabilitação e equipamento dos edifícios da pecuária possam ser iniciadas, o mais tardar até o fim de Setembro ou Outubro do ano em curso, e que abranja os edifícios centrais e das regiões.
“Os edifícios dos serviços da pecuária se encontram em estado avançado de degradação, tanto em Bissau como nas regiões, tendo em conta que foram herdados da era colonial. Depois da independência não foi construído nada de novo em termos de edifícios e infraestruturas de produção”, explicou.
O Director-geral da Veterinária sublinhou que as obras de reabilitação vão ser possíveis graças a um Projecto Regional de Vigilância Epidemiológico, denominado REDICE-2, e no quadro de saúde única que integra a saúde ambiental, animal e humana, que visa permitir os técnicos das referidas áreas procederem a vigilância de doenças.
Aquele responsável frisou que para que essa vigilância seja feita vai ser preciso que os referidos serviços estejam minimamente equipados em termos de infraestruturas e recursos humanos.
“Já concluímos o relatório do estudo para a reabilitação de todos os edifícios central da pecuária e das regiões”, disse.
Lamentou o envelhecimento dos recursos humanos dos serviços veterinários, média de 50 anos, e defende que a componente recursos humanos seja renovada.
“Aliás, isso é uma situação conjuntural no Ministério da Agricultura e da Administração Pública guineense em geral, em que o grosso dos serviços estão a ser assegurados por pessoas com idade de reforma vedando à entrada dos mais novos”, salientou.
Bernardo Cassama informou que no quadro do REDICE-2 conseguiram convencer a sua coordenação para lhes financiar a bolsa de 16 estudantes em Portugal no domínio da pecuária.
“Dos 16 estudantes, todos inicialmente irão fazer o curso médio e no fim dez melhores vão ficar para o curso superior. Os seis voltarão ao país para colmatar as vagas existentes em termos de recursos humanos”, explicou.
Em relação as dificuldades com que se deparam os serviços veterinários neste período da pandemia de Covid-19, Bernardo Cassamá sublinhou que, de igual forma com outras instituições, a pecuária ficou afectada com o eclodir da doença desde os meados de março do ano em curso.
“É do conhecimento de todos que a actividade de criação de gado é levada a cabo através de movimentos de um lado para outro. Com essas restrições, diminuíram bastante os movimentos de pastagens”, disse.
Aquele responsável salientou que a pandemia criou enormes estrangulamentos em termos de aquisições de produtos veterinários a partir do exterior com o fecho das fronteiras.
“Outro constrangimento deve-se a limitação de importação de produtos de origem animal tendo em conta que a nossa produção interna de proteínas animais, nomeadamente carnes, ovos e leite não cobrem as necessidades internas e são colmatadas com as importações”, informou.
Conosaba/ANG/ÂC//SG
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