quarta-feira, 13 de março de 2019

PAIGC E APU JUSTIFICAM ACORDO COM NECESSIDADE DE ESTABILIDADE


Os líderes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e da Assembleia do Povo Unido (APU/PDGB) justificaram o acordo de incidência parlamentar hoje assinado com a necessidade de dar estabilidade ao país.

Domingos Simões Pereira (PAIGC) afirmou que a assinatura deste entendimento, ainda antes do anúncio dos resultados provisórios das eleições de domingo, visou sobretudo "dizer aos guineenses que podem dormir descansados", sabendo que "o próximo Governo terá bases no parlamento" para trabalhar.

Nuno Nabian (APU-PDGB) considerou Domingos Simões Pereira "um irmão" e defendeu que o acordo "é assinado com sentido de responsabilidade", colocando os interesses partidários e pessoais de lado.

Hoje, os dois líderes assinaram um acordo de incidência parlamentar que, segundo fontes partidárias, garante uma maioria absoluta clara para retirar o país da instabilidade governativa em que vive há quatro anos.

Domingos Simões Pereira classificou também o acordo como um "sinal tranquilizador" para o país.

Os dois partidos aguardam pela publicação dos resultados oficiais das eleições legislativas realizadas no domingo, mas decidiram rubricar hoje um acordo de incidência parlamentar que garanta a estabilidade do próximo Governo, disse Armando Mango, dirigente da APU/PDGB, ao ler o texto do compromisso, anunciado para durar quatro anos da legislatura.

"Este acordo não será como o do passado, queremos dar toda garantia ao povo da Guiné-Bissau e à comunidade internacional de que este acordo é para cumprir na integra até ao fim", destacou Nabian, referindo-se ao entendimento entre o PAIGC e o Partido da Renovação Social (PRS), na sequência das eleições de 2014 e que na altura permitiu a formação de um Governo entre os dois partidos.

Após 15 meses de governação, o Presidente guineense, José Mário Vaz, demitiu o Governo, então liderado por Domingos Simões Pereira, criando sucessivamente executivos da sua iniciativa, contando com o apoio do PRS.

Para Nuno Nabian, o acordo hoje assinado com o PAIGC "é diferente" por ser "entre irmãos, filhos da Guiné-Bissau".

Nas duas intervenções, os dois líderes receberam palmas e vivas dos apoiantes dos dois partidos que lotaram por completo a sala do hotel onde decorreu o ato, em Bissau.

Domingos Simões Pereira disse, por seu lado, que este acordo demonstra a capacidade de promoção de unidade entre guineenses e ainda a união "da grande família que coloca a democracia em primeiro lugar", visando materializar as aspirações da população.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) deve publicar na quarta-feira os resultados oficiais provisórios da votação de domingo, mas os líderes dos dois partidos sublinharam estar na posse dos números alcançados por cada um.

Fontes dos dois partidos indicam que o PAIGC foi o partido mais votado e a APU/PDGB ficou em quarto lugar.

Conosaba/Lusa





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