Bissau,29 Agosto 16 (ANG) - O líder do partido Assembleia do Povo Unido(APU-PDGB), acusou o Presidente da República de pretender transformar-se num ditador, e ser ele quem nomeia todos os titulares dos órgãos da soberania.
Em conferência de imprensa realizada no dia 27 do corrente mês, na qual falou sobre a actual situação sócio política do país, Nabiam disse que o chefe de Estado não percebe o sistema semipresidencialismo em vigor no país que determina a separação de poderes.
Afirmou que o José Mário Vaz(Jomav) aproveitou a crise interna no seio do PAIGC para dividir o partido,e acrescentou que ele aliou-se aos deputados dissidentes dos libertadores para criar a maioria na Assembleia Nacional Popular visando o derrube do governo.
“Se hoje estamos a viver nessa crise é o reflexo do mau comportamento do Presidente da República”, afirmou, frisando que o chefe de Estado deve ser o factor de união das pessoas e não dividir para melhor reinar.
Gomes Nabian sublinhou que Jomav quer se transformar num ditador, tendo lhe advertido que na Guiné-Bissau jamais pode existir um ditador.
“Ninguém pode intimidar o povo guineense que tanto sofreu. O Presidente da República deve saber conviver com as pessoas porque temos que respeitar o sistema político que adoptamos e temos ainda a Constituição da República que devemos igualmente respeitar”, salientou.
O líder da APU-PDGB disse que foi a guerra entre o Presidente da República e o PAIGC que mergulhou o país na crise em que se encontra, há mais de um ano.
“Já avisamos ao Presidente da República que a única solução para que o país saia da crise é a dissolução do parlamento e formação de um Governo de Unidade Nacional sem a liderança do Partido Africano da Independêncai da Guiné e Cabo Verde(PAIGC) nem do Partido da Renovação Social(PRS)”, frisou.
Disse que o referido Governo de Unidade Nacional deve ser formado por tecnocratas e que terá como um dos objectivos preparar as futuras eleições gerais no país.
“Mas sabemos que o Presidente da República tem a sua agenda. Não derrubou a ANP até agora não porque não quer, mas porque sabe que, se optar pelo referido caminho, a única saída serão as eleições legislativas”, informou.
O Presidente da APU-PDGB afirmou que o chefe de Estado pretende em primeiro lugar ter a direcção do PAIGC nas suas mãos e de um outro lado ter um instrumento que permite a comunidade internacional e os parceiros dar-lhe a credibilidade que é o programa do governo e o Orçamento Geral de Estado aprovados na ANP.
“Com a aprovação dos dois instrumentos, o Presidente da República vai com certeza derrubar o parlamento e criar o seu governo de iniciativa presidencial que irá assegurar a gestão do país”, esclareceu.
ANG/ÂC/SG/Conosaba
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