A ex-ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Fatumata Djau Baldé, está a ser acusada de desviar 80 milhões de francos CFA destinados ao apoio aos produtores.
O caso, que envolve suspeitas de peculato, administração danosa e abuso de poder, está sob investigação do Ministério Público, que já emitiu ordens de interdição de viagem e de detenção contra a ex-governante e outros dois responsáveis do setor agrícola. Até o momento, nenhum dos acusados foi detido.
As acusações foram feitas pelo ex-Secretário de Estado das Reformas e investigador do Instituto Nacional de Pesquisa Agrária (INPA), Quintino Alves, durante uma conferência de imprensa realizada esta quinta-feira em Antula, arredores de Bissau.
Segundo ele, os 80 milhões de francos CFA, que deveriam ser usados para a compra de sementes destinadas aos agricultores, foram desviados para uma conta bancária de uma empresa supostamente criada pela ex-ministra.
“No âmbito do apoio aos produtores, foram realizados concursos para a aquisição de sementes, mas Fatumata anulou unilateralmente o concurso para a gestão da REDE. Em junho passado, solicitou sementes no valor de 80 milhões de francos CFA, mas o montante acabou desviado para uma conta bancária gerida por Djau e seu parceiro, Mama Saliu Lamba”, afirmou Alves. Ele destacou que esse valor corresponde a cerca de 100 toneladas de sementes.
Além disso, em fevereiro deste ano, o Ministério Público abriu outro processo contra Fatumata Djau Baldé, acusando-a de ter ordenado a venda ilegal de fertilizantes por meio de uma empresa privada supostamente de sua propriedade.
Diante das denúncias, Quintino Alves apelou ao governo e ao Ministério Público para que ajam com rigor. “Esperamos que assumam as suas responsabilidades”, disse.
A Rádio Sol Mansi tentou, sem sucesso, obter a reação da ex-ministra. Seu advogado informou que responderá oportunamente.
RSM: 03.04.2025
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