Ao Exmo. Senhor Presidente
José Mário Vaz
No dia 09 de
fevereiro do corrente ano escrevi uma carta aberta ao Senhor, pedindo-lhe que
jogasse uma cartada que eu chamaria de “postura
de elegância”, ou seja, por uma questão de HONRA renunciava do seu cargo
por factos que apresentei nessa carta (nomear um primeiro-ministro que ninguém
queria fazer parte do seu Governo, as sanções impostas pela CEDEAO às
individualidades próximas ao Senhor Presidente e privações das manifestações e
reuniões). Entretanto, o Senhor Presidente não deu ouvido, simplesmente.
Passando mais
de dois meses a situação continua igual, a CEDEAO decidiu através de uma
Cimeira Extraordinária discutir apenas o problema da nossa crise até encontrar
uma solução possível, em que definiram nome de um novo primeiro-ministro e um
cronograma político (data da nomeação do novo primeiro-ministro, data da
abertura da Assembleia Nacional Popular para uma sessão plenária e a data da
realização das eleições legislativas). Faltava só definir a data da renúncia.
Mas perante
essas decisões da CEDEAO, queria perguntar:
·
E agora, Senhor Presidente, o que será do Senhor?
·
O Primeiro-ministro, Artur Silva, vai cair sem
pedir demissão? Não foi isso que o Senhor disse à Comunicação Social.
·
Onde está o seu amado grupo dos quinze? Por que
é que não foram a Lomé? Morreram todos?
·
Onde está a soberania da Guiné-Bissau? Sei que o
Senhor gosta muito da nossa soberania, ou talvez goste apenas do termo.
Senhor
Presidente, a Guiné-Bissau é um país pequeno mas tornou-o ainda menor no jogo
geoestratégico e geopolítico, sem expressão perante as Comunidades em que
fazemos parte.
Por isso,
volto a solicitar que renuncie do seu cargo, por uma questão de HONRA. Vale
mais tarde do que nunca!
Bafatá, 15 de abril de 2018.
Abdelaziz
Vera Cruz
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