domingo, 29 de maio de 2016

PRESIDENTE DA GÂMBIA, YAHYA JAMMEH MANDA BAN KI-MOON E AMINISTIA INTERNACIONAL "PARA O INFERNO"



O Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, mandou hoje "para o inferno" o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e a Amnistia Internacional, que reclamam a abertura de um inquérito à morte de um opositor que estava detido.

"Ban Ki-moon e a Amnistia Internacional podem ir para o inferno! Quem são eles para exigir isso?", afirmou Jammeh, quando questionado sobre o opositor Solo Sandeng, que morreu na prisão em abril, segundo o Partido Democrático Unido (UDP, oposição).

"Qual é o problema? Pessoas que morrem em detenção ou durante um interrogatório, isso é muito comum. Uma pessoa morre e eles querem um inquérito? Ninguém me diz o que faço no meu país", afirmou Yahya Jammeh, numa entrevista ao semanário Jeune Afrique.

O Presidente dirige a Gâmbia com mão de ferro desde 1994 e é conhecido pelas suas declarações violentas.

Afirmando-se orgulhoso de ser chamado de ditador pelo Ocidente, "habituado a que os chefes de Estado africanos lhe digam a tudo que sim", Jammeh considera-se um "ditador do desenvolvimento".

"Desde que eu tomei o poder, este país era um dos mais pobres do mundo, e já não é. Há uma oposição, um parlamento, um sistema de saúde de confiança", sustentou.

A Gâmbia continua a ser considerada como um dos países mais pobres do planeta, mas "para que serve uma taxa de crescimento de dois dígitos quando metade das escolas estão vazias porque as crianças são obrigadas a trabalhar?", questionou.

"Eu tenho um problema com as instituições de Bretton Woods. O meu crescimento, a minha prosperidade, eu é que os defino", acrescentou o Presidente gambiano.

Yahya Jammeh chegou ao poder através de um golpe de Estado sem derramamento de sangue em 1994, e depois foi eleito em 1996 e, desde então, é reeleito a cada cinco anos. O Presidente é novamente candidato às eleições presidenciais previstas para dezembro.

"Serei Presidente enquanto Deus e o meu povo quiserem", garantiu, rejeitando a limitação de mandatos, apesar de a oposição reclamar reformas eleitorais e se manifestar frequentemente na capital, Banjul.


Lusa com Conosaba

Sem comentários:

Enviar um comentário