Governo do primeiro-ministro guineense, Carlos Correia, diz que está a trabalhar com o objetivo de garantir paz e estabilidade, de modo a ganhar a confiança dos parceiros de desenvolvimento da Guiné-Bissau.
A comunidade internacional não vai recuar no apoio que presta à Guiné-Bissau, assegura Carlos Correia, quando questionado na quarta-feira (06.04) pelos jornalistas sobre os bloqueios provocados pelas constantes crises políticas no país.
“Penso que a comunidade internacional continua a estar connosco. Esteve lá há dias a delegação das Nações Unidas, não sei se vão publicar o resultado da conversa que tiveram connosco. Também esteve a delegação da União Africana e também compreenderam onde é que está o problema e viram-nos trabalhar”, destacou Carlos Correia para em seguida acrescentar que “ temos que mostrar serviço. Como se costuma dizer, temos que ir lavando a nossa barriga para os outros nos lavarem as costas”.
O primeiro-ministro guineense fez esta declaração após uma visita de cortesia ao seu homólogo português, António Costa, com quem falou das relações de cooperação, mas também da atual situação política na Guiné-Bissau.
Tranquilidade e estabilidade são fundamentais para a Guiné-Bissau
Recusando-se a comentar a decisão do Supremo Tribunal da Guiné-Bissau que declarou nula a expulsão de 15 deputados do Parlamento, Correia preferiu realçar que a tranquilidade e a estabilidade são fundamentais para a criação de um ambiente de confiança, que permita manter os auxílios da comunidade internacional firmados na conferência de doadores, realizada há um ano em Bruxelas.
“Vamos encontrar o nosso rumo. Vamos reforçar o nosso trabalho se obtivermos a estabilidade e certamente os outros países, as outras instituições [internacionais], em particular Portugal com quem temos relações antigas, somos da CPLP, estarão nesse rol de pessoas que virão complementar o nosso esforço de desenvolvimento”.
OGE 2016 vai ser aprovado pela ANP
O executivo guineense já elaborou o Orçamento Geral de Estado (OGE) para 2016, que será certamente aprovado na próxima sessão plenária da Assembleia Nacional, tal prevê Carlos Correia.
Recorde-se que na mesa redonda de Bruxelas, Portugal se comprometeu com um programa de cooperação de 40 milhões de euros, mantendo-se o empenho de Lisboa em ajudar no desenvolvimento do país, segundo o ministro português da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
“Assinamos já com a Guiné-Bissau um protocolo de apoio e colaboração na área do turismo e penso que o país poderá também ter algumas oportunidades no futuro nessa área. É uma economia mais pequena mas é uma economia que tem que ser posta a funcionar para o pais ficar mais estável e ter uma possibilidade de prosperar. Obviamente é um país que precisa, se calhar, mais do que muitos outros desse desenvolvimento e de crescimento económico, exatamente porque só com desenvolvimento económico poderá também ter uma estabilização política que é, certamente, muito desejável”, disse Caldeira Cabral.
A Guiné-Bissau também precisa do apoio de Portugal para a recuperação do setor da Comunicação Social..
Antes desta passagem de dois dias por Lisboa, o primeiro ministro guineense efetuou uma visita oficial à Venezuela. Os dois países vão trabalhar em conjunto em várias áreas, na base de um acordo-quadro de cooperação que não avançou devido à instabilidade política. Esta visita, segundo Carlos Correia, vai permitir impulsionar acordos nas áreas da energia, saúde, formação e da educação, abrangendo agora o setor das pescas.
A reforma das Forças Armadas e da Segurança, que também conta com o contributo de Portugal, faz parte do pacote de prioridades da Guiné-Bissau tendo em conta uma visão de desenvolvimento até 2020.
dw/Conosaba
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