Bissau, 17 Dez 15 (ANG)- A Guiné-Bissau possui uma área confirmada de 1.093.840Km2 com minas e outros engenhos explosivos, apesar de em 2012 o governo de transição ter declarado o país livre destes materiais bélicos.
A informação foi dada hoje em conferência de imprensa pelo Director Nacional (DN) do Centro Nacional de Coordenação de Acção Anti-Minas na Guiné-Bissau (CAAMI), Jeremias Arlete Pecixe.
De acordo com este responsável, contrariamente ao que o então governo de transição ter declarado em 2012, “as minas existem e continuam a ceifar vidas humanas”.
Como provas, Jeremias Pecixe afirmou que, após esta declaração, entre 2012 e 2014 foram registados vários acidentes com minas e outros engenhos explosivos que mataram 35 pessoas.
O DN do CAAMI lembrou a explosão duma mina anti-tanque que envolveu uma viatura de transporte púbico na estrada que liga Bissorã a Incheia (norte), na qual morreram vinte e quatro pessoas, incluindo oito crianças e provocado oito feridos graves.
Em consequência desta declaração política, segundo Geremias, muitos parceiros bi e multilateral deixaram de apoiar financeiramente os projectos ligados a desmingem e destruicão de engenhos explosivos abandonados em diferentes partes do país, durante as guerras da independência entre 1963 e 1974 e civil 1998/99 e por causa do conflito armado inter-senegalês na região de casamance que acfecta alguma parte da zona norte da Guiné.
Em relação as zonas consideradas como suspeitas de terem minas e diversos engenhos explosivos, o responsável máximo do CAAMI fala em 43 localidades, 21 na província de Norte, 15 no Sul e sete no Leste.
Face a esta situação, informou que o CAAMI elaborou um projecto de retoma do processo de remoção de minas e engenhos explosivos no país num horizonte temporal 2015-2021.
Documento este, que segundo ele, está ser bem recebido pelos parceiros como o PNUD, a União Europeia, a Handicap Internacional, a OMS, o UNICEF, os Estados Unidos de América, Canada e Inglaterra.
Disse que vários parceiros condicionam a sua assistência a estabilidade política e governativa na Guiné-Bissau.
Em jeito de prevenção, Jeremias Alerte Pecixe recomenda aos guineenses, sobretudo das zona consideradas de risco, a evitarem de tocar os materiais suspeitos de serem explusivos, não queimarem locais e matos suspeitos de terem minas e a comunicarem, em tempo útil, as autoridades competentes caso encontrarem um explosivo.
De acordo com o director do Centro Nacional de Coordenação da Acção Anti-minas, até o ano 2012, foram removidas minas anti-pessoal, anti-tanque e anti-barco e engenho explosivos diversos numa área de mais de seis milhões de Km2, ao nível do país.
O CAAMI foi criado pelo governo em 2001 para, nomeadamente coordenadar todas as actividades de acção anti-mina no país, proceder o registo das organizações que actuam no sector e autorizar os seus funcionamentos, e mobilizar os recursos interna e externamente, destinados aos programas anti-minas na Guiné-Bissau.
ANG/QC /SG\\Conosaba
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