Oito candidatos às presidenciais de 13 de abril na Guiné-Bissau prometem estabilidade e paz como alternativa para mudarem a imagem do país, garantindo o desenvolvimento sustentável em 5 anos.
O professor Luís Nancassa, atual presidente do Sindicatos de Base dos Professores, é pela terceira vez candidato independente às presidenciais na Guiné-Bissau.
O professor pretende "ensinar" aos políticos como é que se desenvolve um país como a Guiné-Bissau. Nancassa lista o que pretende mudar no país caso venha ser eleito: "A minha prioridade é que tenhamos paz, e que isso permita um desenvolvimento do país. Depois disso para que a Guiné-Bissau possa conhecer novos caminhos do desenvolvimento terá que apostar na educação, para que possamos conseguir uma nação livre e independente."
A saúde e agricultura fazem parte também das prioridades, e Luís Nancassa afirma que "temos que acabar com a importação de produtos inadequados e velar pela saúde da população. E para que tudo isso aconteça temos que produzir internamente, porque temos condições para tal."
Com parcos meios para percorrer de lés-a-lés todo o país, o professor faz passar a sua mensagem de porta-a-porta em Bissau. Falando ao eleitorado no mercado Caracol, em Bissau, o professor disse: "Não me conformo com a situação que a Guiné vive, não me conformo com o facto do meu país viver constantemente sob o balbuciar das armas, quero que haja tranquilidade e paz."
Segurança, palavra chave na caça ao voto
Na corrida à presidência do Estado guineense, está igualmente o militar na reserva e atual conselheiro do primeiro-ministro de transição na área da segurança, Afonso Té.
Ele é candidato do Partido Republicano para a Independência e Desenvolvimento, PRID, que disputa a sua segunda eleição presidencial no país. Afonso Té apresenta-se como alternativa para que não haja mais golpes de Estado na Guiné-Bissau.
Afonso Té promete algo que se tem revelado muito difícil no país: "Se for eleito, a minha prioridade será a segurança das pessoas e dos seus bens e trabalharei para construir a ponte que considero ser necessária à uma estabilidade que nos conduza à paz e para podermos também sair da situação de pobreza".
Para o candidato do PRID "é necessário recuperar a autoridade do Estado, mas um Estado de direito e forte que garanta a todos os cidadãos os seus direitos e segurança."
Despir camisolas partidárias em nome da Presidência
Na luta para ganhar a Presidência guineense estão ainda duas figuras do Partido da Renovação Social, PRS, que decidiram concorrer por conta própria. É o caso de Ibraima Sori Djaló, presidente do Parlamento. Com a sua iniciativa, Djaló criou assim uma situação de incompatibilidade com o Partido da Renovação Social. Por isso decidiu candidatar-se com o apoio do Partido da Reconciliação Nacional, PRN.
Já Jorge Malú, candidato independente, é um ex-presisdente do Parlamento guineense.
Se for eleito, Ibraima Sori Djaló promete firmeza para lutar contra a corrupção e a delapidação da riqueza do país em proveito próprio. Nesse sentido, garantiu que aqueles que estão "a dizimar a floresta e o peixe" da Guiné-Bissau "um dia serão julgados".
Caras novas
Outro candidato independente na corrida eleitoral guineense, é o advogado Domingos Quadé, ex. bastonário da Ordem dos Advogados, uma cara nova que entra nos meandros da política guineense.
"A ordem insitucional, funcional e o rigor na coisa pública bem como a organização do aparelho de Estado vão voltar a ser uma realidade concreta neste país."
Arregado Mantenque Té, emigrante guineense em Portugal e França, suportado pelo Partido Trabalhista, e Cirilo de Oliveira - antigo emigrante em França e veterano do Partido Socialista da Guiné-Bissau são outros candidatos à presidência guineense. Todos, prometem uma nova era na politica do país em caso da vitoria. Tal como os outros, também defendem a paz e a estabilidade para a Guiné-Bissau.
Por Seu lado, Mamadu Iaiá Djaló do Partido Nova Democracia
(PND), antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-diretor-geral do Instituto Nacional de Previdência Social, considera como candidato às presidenciais que tudo é prioridade na Guiné-Bissau depois das eleições.
"Tudo neste país tornou-se urgente e prioritário. Vamos definir prioridades estratégicas para que o país possa reconquistar a sua credibilidade internacional e que entre na senda do progresso e do desenvolvimento sustentável."
Unir os guineenses é também uma das suas metas, caso ganhe o pleito que se avizinha.
Para estas eleições de 13 de abril estão na corrida 13 personalidades para as presidenciais e 15 partidos políticos para as legislativas.
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