O presidente da comissão da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), Kadre Ouedraogo, rejeitou hoje a ideia de que a organização tenha "patrocinado" o golpe de estado militar de 2012 na Guiné-Bissau.
A acusação foi feita pela eurodeputada portuguesa Ana Gomes em declarações à Lusa, no domingo.
"Quem faz aquelas afirmações é a responsável por aquilo que diz. A CEDEAO foi das primeiras organizações a condenar o golpe", defendeu Ouedraogo.
O responsável africano falava numa conferência de imprensa sobre a observação das eleições gerais de domingo na Guiné-Bissau que contaram com uma missão de observação de 220 elementos da CEDEAO.
Questionado sobre as declarações da eurodeputada portuguesa, Ouedraogo afirmou que "se calhar" poderá existir algum equívoco na interpretação da posição da CEDEAO aquando do golpe de Estado, mas enalteceu que a organização "é sempre contra golpes de Estado".
"A nossa posição é de tolerância zero" para golpes, lembrou Ouedraogo, para quem a Guiné-Bissau tem que trilhar "novos caminhos" a partir das eleições (presidenciais e legislativas) que a CEDEAO classificou como livres e pacíficas.
O presidente da comissão da CEDEAO prometeu um relatório mais pormenorizado sobre a leitura ao processo logo após a publicação dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Ouedraogo pediu aos partidos e candidatos que aguardem pelos dados "com calma e serenidade".
Por seu lado, o chefe da missão de observação da organização subregional africana, o ex-presidente interino da Libéria, Amos Sawyer, deu também nota positiva às eleições guineenses, enalteceu o trabalho da CNE e criticou o facto de nenhuma mulher se ter candidato às eleições presidenciais.
"É inconcebível, num país onde a grande maioria do eleitorado é a população feminina", observou Amos Sawyer.
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