terça-feira, 15 de março de 2022

ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DENUNCIAM QUE DISFUNCIONAMENTO DA JUSTIÇA AMAEÇA A PAZ SOCIAL

O Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil da Guiné-Bissau considera que o disfuncionamento das instituições de justiça é um dos fatores de ameaça a paz na Guiné-Bissau.

A ideia foi transmitida, hoje, numa entrevista telefónica à Rádio Sol Mansi com o porta-voz desta organização da sociedade Civil no âmbito da projetada iniciativa de fórum de Paz, Segurança e Justiça que terá lugar, em Canchungo, no próximo fim-de-semana.

Bubacar Turé, igualmente vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, sustenta a ideia com a justiça que não chega a todos os cidadãos guineenses, justiça que premeia a corrupção e com o próprio sistema judiciário apoderado pelas redes criminosas não existirá a paz e “isto leva a população a fazer justiça com as suas próprias mãos”.

“É vergonhosa constatar que a própria comunidade da zona norte criando brigadas civis para fazer a vigilância naquela zona”, lamenta Bubacar que denuncia que recentemente um jovem de 26 anos foi matado naquela zona.

O porta-voz do Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil explica que o fórum de Canchungo pretende dar uma resposta à insegurança, ao disfuncionamento das instituições judiciais e tudo o que ameaça a paz no país.

“O fórum culminará com uma forte declaração em Canchungo sobre a segurança, paz e justiça e, estas recomendações serão destinadas às autoridades do país”, explica.

Igualmente, o Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil destacou a impunidade como fator que motiva o aumento de roubo de gados bovinos na zona norte do país.

O porta-voz disse também que a impunidade demonstra que as instituições judiciárias não funcionam, sendo que os que são apanhados nos roubos escapam sempre dos julgamentos.

Bubacar critica ainda o fato de muitos cidadãos possuírem armas de fogo como AK com seus respetivos monições pertencentes ao Estado.

Durante o fórum de paz em Canchungo participarão os líderes tradicionais e religiosos, autoridades, deputados, régulos, organizações da sociedade civil e força de defesa e segurança.

De acordo com os dados recolhidos pelo Movimento Cacheu Seguro, 311 cabeças de bovinos foram roubados naquela região entre 2021 e a presente data.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Marcelino Iambi/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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