O presidente do Instituto Marítimo Portuário da Guiné-Bissau, Sigá Batista, desmentiu hoje que estejam a ser desmantelados no porto comercial de Bissau 15 navios chineses, conforme denunciou uma ONG guineense.
Em entrevista à Lusa, Batista reagiu para desmentir a denúncia da ONG ambientalista Tiniguena, segundo a qual o cais do porto comercial de Bissau estaria a ser transformado num "cemitério" de navios velhos e que estariam a ser ali desmantelados.
"Esta informação não é de todo verdade. O que temos são seis navios velhos que operavam nas nossas águas há mais de trinta anos, esses navios são resultado de acordo de pesca entre a Guiné-Bissau e a China", observou Sigá Batista.
Miguel de Barros, secretário executivo da Tiniguena, denunciou que seriam 15 navios em vias de desmantelamento no rio o que, notou, poderá acarretar a "produção de lixo tóxico".
"Neste momento estão posicionados 15 barcos chineses no Cais de Pindjiguiti e no largo do ilhéu do Rei prontos para desmantelamento", num negócio que envolve um privado, mas com conhecimento do Estado guineense, referiu Miguel de Barros.
O presidente do IMP guineense negou esta versão dos factos e referiu que aqueles seis navios operaram nas águas do país "por mais de 30 anos e estão em final de vida útil".
"Chegados ao fim de ciclo de vida desses navios, é normal e natural que sejam abatidos como é da regra", afirmou Sigá Batista, salientando que neste momento decorre o processo de remoção do navio do porto de Bissau.
A Tiniguena está preocupada que a operação possa causar danos no ambiente, nomeadamente no rio Geba, a partir de substâncias perigosas que possam ser libertadas dos navios em desmantelamento.
A organização pondera avançar com uma providência cautelar contra os autores daquilo que suspeita serem "indícios de negócios obscuros".
O presidente do IMP defende que a operação de desmantelamento e de remoção de seis navios velhos ocorre, há já duas semanas, perante técnicos do Ministério do Ambiente, dos Bombeiros e da Guarda Nacional.
"Estão a ser seguidos todos os procedimentos para o abate dos navios. Não há nada de extraordinário, não há nada de alarme", observou Sigá Batista.
A Tiniguena questiona o porquê de os navios em causa não terem sido desmantelados nos respetivos países de origem, sabendo-se que a Guiné-Bissau não possui nenhum estaleiro para o efeito e nem capacidade de gestão de resíduos.
Sigá Batista respondeu a esta questão, afirmando que o país está a cumprir com as regras internacionais no domínio do ambiente que recomendam o princípio de correção na fonte.
"Qualquer Estado que produzir lixo, ou qualquer poluente tem de arranjar maneira de corrigir esses poluentes no local", referiu Batista, convidando a Tiniguena e qualquer pessoa a acompanhar os trabalhos de remoção de seis navios no porto de Bissau.
O presidente do IMP disse ainda que os navios em causa "nunca" poderiam ser desmantelados na China por terem operado sempre nas águas da Guiné-Bissau.
Conosaba/Lusa
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