quarta-feira, 30 de março de 2022

ZONAS HÚMIDAS DE BISSAU NÃO ESTÃO A SER CONSERVADAS

As zonas húmidas e costeiras de Bissau estão ameaçadas com a proliferação das infraestruturas habitacionais que estão a ser construídas nas zonas de grandes lençóis freáticos, bem como de atividades petrolíferas que estão a ser nocivas à saúde Humana e animal e ao meio ambiente.

No âmbito da visita da ONG Tiniguena às zonas costeiras para a jornada de sensibilização sobre os impactos das atividades petrolíferas e das infraestruturas na zona portuária e costeira de Bissau, na sexta-feira, 25 de março de 2022, a repórter de O Democrata constatou sinais de resíduos de óleo de combustível e sacos plásticos vazados no mar.

Os ambientalistas afirmam que a falta de proteção do meio ambiente poderá impactar negativa e diretamente a economia da Guiné-Bissau, porque a maior parte das receitas do Estado vem dos recursos pesqueiros, sem contar com prejuízos que isso pode causar na saúde humana devido ao consumo de produtos contaminados.

Dados estatísticos indicam que há um registo de cerca de quatro bombas de combustíveis identificadas no Porto de Bandim a uma distância a menos de cem metros do mar, sem que tenham sido realizados estudos do impacto ambiental e social, nos termos da Lei.

Os ambientalistas lembraram que a Guiné-Bissau figura na lista de países com elevado nível de subida de água, por isso defendem medidas adequadas para proteger o meio ambiente.

No terreno constatou-se o desmatamento de mangais que outrora enfeitavam as zonas húmidas nas periferias de Bissau. O Porto de Alto Bandim está inundado de sacos plásticos, lixos e tomado por completo pelo mau cheiro.

Após a visita, o Coordenador do Projeto Gestão da Atividade de Petróleo e Gás da Tiniguena, Ocante Sá, alertou que é urgente a Guiné-Bissau começar a tomar medidas de conservação das zonas húmidas de Bissau.

“As zonas húmidas que ainda não foram invadidas podem ser aproveitadas para atividades agrícolas. Porque anteriormente eram aproveitadas pelas mulheres no período da seca para atividades da horticultura, mas hoje essas zonas estão a ser invadidas e construídas habitações de forma descontrolada”, lamentou.

O também Diretor Administrativo e Financeiro da Tiniguena disse que a sua organização decidiu juntar as organizações da sociedade civil, instituições do Estado e órgãos de comunicação social para testemunharem as invasões de que as zonas húmidas e costeiras estão a ser alvo, e disseminarem informações sobre a necessidade de conservação do meio ambiente.

Por: Djamila da Silva
Foto: D.S
Conosaba/odemocratagb

Sem comentários:

Enviar um comentário