sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

PM da Guiné-Bissau afirma que presença do PAIGC no debate do orçamento representa “união”

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, destacou hoje que a presença do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) no debate na generalidade do Orçamento Geral do Estado para 2022 representa união.

“Representa uma união. Os deputados do PAIGC, que não convivia com este Governo, estiveram presentes e votaram contra. Isto já é democracia”, afirmou Nabiam aos jornalistas no final da sessão parlamentar, que culminou com a aprovação na generalidade do Orçamento Geral do Estado.

“É o exercício da democracia, estou feliz que o orçamento tenha sido aprovado e agora vamos trabalhar”, disse o primeiro-ministro guineense.

O PAIGC, que venceu as legislativas de 2019, mas não está no poder, não participou, o ano passado, na sessão parlamentar para aprovar o Orçamento Geral do Estado de 2021, por não reconhecer o Governo.

Antes, o primeiro-ministro guineense já tinha agradecido ao PAIGC.

“Quero falar a todos os deputados, de todas as bancadas, obrigada. À bancada do PAIGC quero agradecer de todo o coração. Juntamo-nos por este documento muito importante para a Guiné-Bissau. Estamos todos juntos e ouvi as recomendações feitas por todas as bancadas”, afirmou Nuno Gomes Nabiam.

O primeiro-ministro disse que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar o país a sair da situação em que se encontra, depois de críticas feitas por deputados das várias bancadas parlamentares.

“A situação que o país vive foi discutida largamente. Ouve respostas às questões colocadas. Temos um país com dificuldades enormes e é preciso apertar o cinto”, salientou Nabiam.

O chefe do executivo guineense afirmou também que concorda que é preciso diminuir as despesas de Estado e que vai trabalhar nesse sentido.

“Estamos a fazer o que é de melhor em colaboração estreita com os nossos parceiros económicos. O povo quer mais, também o Governo quer mais, queremos ajudar de verdade a resolver os problemas deste país. Queremos fazer muitas coisas, o país precisa de investimento”, disse.

“Estive com o FMI [Fundo Monetário Internacional] e disseram que se a Guiné-Bissau fosse uma empresa tinha de declarar falência”, afirmou, referindo-se à missão técnica que está no país a realizar uma segunda avaliação ao programa de referência, que poderá permitir ao país entrar para o Programa de Crédito Alargado.

Para Nuno Gomes Nabiam, é “fundamental” a Guiné-Bissau ter um acordo com o FMI.

Em relação à reforma da Função Pública, o primeiro-ministro disse que é necessário, caso contrário, será difícil desenvolver o país.

“Vamos discutir as formas de conseguir meios financeiros, para ver como conseguimos fazer a reforma. Temos uma Função Pública entupida. Temos uma Função Pública que não tem capacidade de produzir e se não há produção não há bem-estar”, frisou.

Conosaba/Lusa

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