As mulheres Horticultoras da Feira de Granja de Pessubé (cintura verde), que perspetivavam abastecer todo o mercado a nível nacional com legumes, receiam que não tenham a capacidade de fazê-lo nesta quadra festiva e alertam que poderá haver falta de legumes durante a quadra festiva do Natal e do ano novo.
A preocupação foi manifestada pela Presidente da Associação de “campo piloto” de Granja de Pessubé da feira de cintura verde, Teresa Alves Carvalho, em entrevista ao jornal O Democrata.
Teresa Alves Carvalho revelou que legumes como: repolho, cenoura, couve e alface podem dar falta nesta quadra festiva do Natal, porque “as plantas estão ainda em fase de crescimento, devido ao atraso na chegada das sementes para a plantação”.
“Não teremos alface em grande quantidade até ao final de dezembro, mas no início de janeiro de 2022 haverá alface em abundância, porque muitas horticultoras já terminaram a fase de plantação”.
Carvalho lamentou que tenham passado por muitas dificuldades, sobretudo em relação à aquisição das sementes porque os parceiros que fornecem sementeiras registaram atraso este ano.
“Não podemos atribuir culpa aos doares, porque têm também as suas limitações e dificuldades”, frisou, para de seguida informar que as horticultoras de campo agrícola de Pessubé estão a esforçar-se e começaram a fazer colheita de alguns legumes para abastecer o mercado nacional.
Neste particular, sugeriu aos parceiros que passem a doar as sementes a partir do mês de agosto o que permitiria que iniciassem os trabalhos de plantação em setembro.
“As sementes que compramos internamente às vezes não germinam dada as condições de sua conservação”.
VENDEDEIRAS DO ESPAÇO VERDE CONFIRMAM A FALTA DE LEGUMES NO MERCADO
As vendedeiras de feira de espaço verde do Bairro d’Ajuda confirmaram a falta de legumes, principalmente nas feiras de Bissau. Os feirantes entrevistados pela repórter de O Democrata disseram que a falta de legumes tem a ver com o aumento de preço de produtos no mercado de importação.
Segundo as explicações dos entrevistados, existem legumes no mercado, mas não em grande quantidade, o que explica o aumento de preço desses produtos porque uma parte, nomeadamente, repolho, cenoura, tomate, beterrabas, entre outros, são importados do Senegal.
Os entrevistados afirmaram que um saco de batata custa atualmente 14 mil francos CFA, um cartão de alho 16 mil francos CFA e um saco de repolho e tomate subiu para 20.000 mil francos CFA cada.
“Os agentes das alfândegas apreendem nossas mercadorias de obrigam as viaturas a voltarem até à fronteira para formalidades de importação e os legumes, que são sensíveis ao sol e outros tipos de ambiente, acabam por estragar antes de chegar à Bissau”, denunciaram as vendedeiras.
Uma das entrevistadas disse que chegam a vender um quilograma de tomate de cozinha a um preço de 1.500 francos CFAS e de salada dois mil francos CFA.
Perante estes fatos, pediram a intervenção do Estado para mudar a situação de subida de preço de produtos no mercado e apoiar as horticultoras locais com materiais agrícolas para permitir que as mulheres façam uma produção local em grande quantidade para abastecer o mercado guineense.
“O Senegal prioriza produtos locais e é exatamente a política que devemos adotar, colar em primeiro, segundo e em terceiro ugar os produtos locais”, sublinhou uma feirante.
Lamentaram que não tenham nenhuma organização para defendê-las e quando querem adquirir produtos do Senegal enviam o dinheiro para encomendar legumes.
Por: Carolina Djemé
Conosaba/odemocratagb
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