quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

MADEM-G15 E PRS NEGAM TEREM RECEBIDO SUPOSTA “GRATIFICAÇÃO” DE NUNO NA BIAN

Os líderes parlamentares do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) e do Partido da Renovação Social (PRS) negaram ter recebido dinheiro no valor de dois milhões e quinhentos mil francos CFA do suposto aliciamento, que os quatro deputados do MADEM-G15 teriam recebido do chefe do governo, Nuno Gomes Nabian, como sinal de “gratificação” pela aprovação do Orçamento Geral do Estado (OGE) para o ano económico 2022.

À saída da sessão extraordinária da Assembleia Nacional Popular (ANP) que foi adiada para amanhã o vice-líder do grupo parlamentar do MADEM-G15, Nelson Moreira, afirmou que a denúncia do deputado Adulai Baldé (Nhirbui) surpreendeu os deputados da bancada do MADEM, porque “em nenhum momento a sua bancada parlamentar esteve envolvida nem consultada sobre um eventual aliciamento”.

Moreira exortou ao Ministério Público a abrir um processo de inquérito e responsabilizar judicial e criminalmente as eventuais pessoas implicadas, para de seguida afirmar que o seu partido tem uma responsabilidade para com o atual governo.

“Estamos a falar de um partido que está a suportar a maioria governativa. Não faz sentido votar o OGE e aceitar ser aliciado ou estar a condicionar a votação do OGE com contrapartida financeira”, negou.

Moreira disse que é uma denúncia isolada que não engaja o MADEM-G15 e que é possível que o deputado tenha sido contactado a título individual e a bancada desconhece essa realidade fatual.

“Por se tratar de uma denúncia e aliciamento que é um crime, nós temos o Ministério Público enquanto titular de ação penal, perante essa realidade factual, penso que num Estado de direito democrático onde a justiça funciona, é o momento de avançar com um inquérito e que o deputado possa ser ouvido”, sublinhou.

Em reação ao mesmo assunto, o vice-líder do grupo parlamentar do PRS, João Alberto Djatá também negou que os deputados do PRS tenham recebido dois milhões e meio de francos CFA.
“Talvez seja a direção do partido a receber este valor e o tenha devolvido”, referiu e disse que se for este caso os deputados desconhecem o facto.

João Alberto Djatá disse que o seu grupo parlamentar faz política e assegura as opções feitas pelo partido através da sua bancada no Parlamento.

Djatá lembrou que o PRS faz parte dos partidos que estão a apoiar o governo, salientando que não precisam ser aliciados para apoiar nenhuma iniciativa do governo no Parlamento. Realçou que não está para a desmentir que o seu partido não tenha recebido dinheiro, mas nenhum deputado recebeu o dinheiro.

Sobre a demora em reagir sobre o assunto, Djatá explicou que os deputados não se encontravam em Bissau e a liderança da bancada tinha que falar com todos os deputados para ter a certeza se receberam ou não o dinheiro.

Por: Djamila da Silva
Conosaba/odemocratagb

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