sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Mensagem à nação: CHEFE DE ESTADO DIZ QUE NEM TODOS GOSTARAM DA NOVA DINÂMICA QUE O PAÍS CONSEGUIU

 



O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, insurgiu-se contra algumas decisões e atitudes de outros órgãos de soberania e indivíduos em relação a determinados acontecimentos na Guiné-Bissau, num ano que considera de “grandes sucessos”, em que o país mais precisava de restaurar a sua imagem junto da Comunidade Internacional.

Na tradicional mensagem à nação por ocasião do ano novo [2022], disse que “nem todos quiseram acompanhar esta nova dinâmica que, como todos sabem, já não se verificava há décadas”.

“Ontem, a Guiné-Bissau era desprezada. Hoje, o nosso País é elogiado por insuspeitos observadores internacionais” enfatizou, afirmando que tanto na CEDEAO como na UEMOA, o país restaurou plenamente a sua credibilidade e, como Estado-membro, passou a ter voz ativa na agenda dessas instituições. 

“Em 2021 fizemos uma diplomacia ativa ao serviço do desenvolvimento do nosso país. A Guiné-Bissau conseguiu projetar-se de novo, atraindo as atenções, o interesse e a confiança de importantes parceiros de desenvolvimento”, disse.

Sobre o caso do Airbus-340, Embaló disse que a internacionalização desse assunto não ajudou a Guiné-Bissau, porque “terminou num fiasco”.

“A pandemia da COVID-19 que se arrasta há dois anos ainda não foi vencida. Para além da perda de vidas humanas, a pandemia continua a ter um impacto económico e social muito grande. E esse impacto negativo tem sido contornado com a solidariedade de instituições internacionais, de países amigos e de uma resposta nacional eficaz e organizada” alertou, para de seguida sublinhar que, perante a conjuntura internacional e interna que todos reconhecem ser muito difícil, “o governo foi capaz de pagar regularmente os salários aos servidores do Estado”.

Eis na íntegra a mensagem do chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló:

Caros compatriotas, 

Fidjus di Guiné,

Quero desejar à todos os guineenses, residentes na nossa terra e no estrangeiro, um Novo Ano de paz, concórdia, saúde e muitas felicidades. Estendo estes meus votos aos cidadãos estrangeiros que escolheram viver e trabalhar na Guiné-Bissau. À todos, desejo que o ano de 2022 seja melhor do que o ano que agora termina.

2021 foi um ano de grandes desafios. Infelizmente, o mundo continua a enfrentar a pandemia da Covid-19 e a perda de milhões de vidas humanas.

A pandemia da COVID-19 que se arrasta há dois anos ainda não foi vencida. Para além da perda de vidas humanas, a pandemia continua a ter um impacto económico e social muito grande.

E esse impacto negativo tem sido contornado com a solidariedade de instituições internacionais, de países amigos e de uma resposta nacional eficaz e organizada.

Quero sublinhar que, numa conjuntura internacional e interna que todos reconhecem ser muito difícil, o Governo foi capaz de pagar regularmente os salários aos servidores do Estado.

Foi capaz de lançar um programa ambicioso de obras públicas, nomeadamente de requalificação de estradas urbanas e reabilitação de pistas rurais com impacto positivo na mobilidade das pessoas, no comércio, na coesão social e territorial do nosso país.

Compatriotas,

Fidjus de Guiné

Tanto na CEDEAO como na UEMOA, o nosso país restaurou plenamente a sua credibilidade e, como Estado-membro, passou a ter uma voz ativa na agenda dessas instituições. 

Em 2021 fizemos uma diplomacia ativa ao serviço do desenvolvimento do nosso país.

A Guiné-Bissau conseguiu projetar-se de novo, atraindo as atenções, o interesse e a confiança de importantes parceiros de desenvolvimento.

Para o ano de 2022, contamos com uma vasta carteira de projetos, com financiamentos já assegurados, sobretudo no domínio de infraestruturas físicas, vitais para dinamizar a nossa economia. 

O recente relançamento do projeto de Porto de Buba e a instalação das linhas de interconexão sub-regional do grande projeto de energia elétrica da OMVG, abrem novas e boas perspetivas para o nosso desenvolvimento económico e social.  

Mas, sabemos que para a concretização destes projectos é preciso enfrentar, com muita determinação, a corrupção e a ameaça que, no nosso país, representa o tráfico internacional de droga.

O novo ambiente institucional – que resultou da reestruturação e nas recentes mudanças no Supremo Tribunal de Justiça, no Ministério Público e no Tribunal de Contas – vai permitir aumentar a eficácia do combate que estamos a desenvolver contra a corrupção e o narcotráfico.

A corrupção tornou-se uma das maiores preocupações dos guineenses o que, por si só é fundamento para que a luta contra esse flagelo seja uma das nossas prioridades. Não vamos de modo algum permitir que a corrupção ponha em causa os alicerces do desenvolvimento da Guiné-Bissau.

Num ano de grandes sucessos que foram alcançados – onde a Guiné-Bissau mais precisava de restaurar a sua imagem – na comunidade internacional, nem todos quiseram acompanhar esta nova dinâmica que, como todos sabem, já não se verificava há décadas.

Ontem, a Guiné-Bissau era desprezada. Hoje, o nosso País

é elogiado por insuspeitos observadores internacionais.     

Não ajudou a Guiné-Bissau, por exemplo, a decisão de internacionalizar o chamado “caso do avião Airbus” que, depois, terminou num grande fiasco. E como se isso não bastasse, agarraram-se agora ao Acordo de Gestão e Exploração da Zona Conjunta entre a Guiné-Bissau e o Senegal, com o foco na chamada “questão do petróleo”.

Mas a Guiné-Bissau ainda não perdeu e não perderá um único barril do seu petróleo quando se passar da fase da prospeção para a fase da sua exploração propriamente dita. Vamos saber acautelar devidamente todos os nossos legítimos interesses nacionais. A Guiné-Bissau precisa de unidade nacional e do esforço construtivo de todos os seus filhos. Não precisamos de crises políticas.

Guineenses,

No decurso do ano 2022, vou acompanhar de perto a situação social nas nossas regiões, visitar o interior do país e também os bairros mais desfavorecidos da nossa capital. Vou exercer, mais ainda, a minha magistratura de influência em busca de respostas concretas para as muitas dificuldades que os guineenses enfrentam no seu dia-a-dia.

Pretendo acompanhar de perto a juventude, as mulheres, os atletas e os artistas nos seus projetos, nas suas aspirações. Quero acompanhar, em particular, os jovens empreendedores que nos têm surpreendido positivamente com suas ideias e potencialidades, com seus projetos e suas realizações.

Mas os guineenses devem preparar-se para mudanças que se avizinham. Urge virar de página e trazer uma maior estabilidade, melhor justiça e consolidar paz social no nosso país.

Antes de terminar, quero deixar uma palavra muito especial à nossa seleção nacional de futebol, os “Djurtus”.

A todos os atletas e à equipa técnica desejo os maiores sucessos no CAN 2022, que se vai iniciar brevemente nos Camarões.

Juntos, vamos trabalhar para que o ano de 2022 seja o início de uma nova caminhada para uma Guiné-Bissau sem greves e sem injustiças, com emprego digno, saúde e educação para todos.

A todas as famílias, os cumprimentos do vosso Chefe de Estado e Presidente de todos os guineenses.      

Muito obrigada,

Feliz Ano Novo!


Conosaba/odemocratagb

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