terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Covid-19: ONG guineense alerta que “incúria das autoridades” pode provocar nova vaga de infeções



A Liga Guineense dos Direitos Humanos alertou hoje que a "incúria das autoridades" pode provocar uma nova vaga de infeções pelo novo coronavírus na Guiné-Bissau.

"Não obstante, o alerta permanente da OMS (Organização Mundial de Saúde), as autoridades guineenses continuam insensíveis à propagação vertiginosa da nova variante, permitindo e organizando concertos musicais, comícios e ajuntamentos políticos sem observância mínima de medidas de prevenção", refere, em comunicado a Liga Guineense dos Direitos Humanos.

A organização não-governamental lamenta também que as autoridades nacionais violem as medidas de prevenção adotadas, levando os cidadãos a "desrespeitar as orientações sanitárias previstas no estado de alerta em vigor".

A Liga Guineense dos Direitos Humanos salienta que o atual contexto social e económico do país, caracterizado pelo aumento da pobreza devido ao elevado custo de vida, é "manifestamente incompatível com a adoção de eventuais medidas radicais", referindo-se a eventuais restrições das liberdades de circulação, encerramento de mercados, entre outras.

A organização não-governamental exortar as "autoridades nacionais, em especial o Alto Comissariado para a Covid-19" a reforçar as ações de sensibilização e o processo de vacinação em curso para conter a "nova variante tendo em consideração o fluxo das ligações aéreas nesta quadra festiva".

"Caso contrário, o país poderá enfrentar nas próximas semanas mais uma vaga de infeção para à qual as estruturas sanitárias não estão minimamente preparadas", sublinha.

A Liga pede também aos cidadãos para "cumprirem rigorosamente as medidas sanitárias em vigor", nomeadamente o uso de máscara e a lavagem de mãos.

A Guiné-Bissau registou na última semana mais oito casos positivos da doença provocada pelo novo coronavírus.

Segundo os dados do Alto Comissariado para a Covid-19, desde o início da pandemia a Guiné-Bissau registou um total acumulado de 6.456 casos e 149 vítimas mortais.

Em relação à vacinação, há 255.000 pessoas totalmente vacinadas e 388.666 com uma dose da vacina.

A Guiné-Bissau pretende vacinar até 638.147 pessoas com 18 anos ou mais em todo o território nacional para que seja atingido o objetivo de vacinar 70% da população.

O Governo guineense decretou a 28 de outubro o estado de alerta na saúde pública até 29 de janeiro e impôs a obrigatoriedade de vacinação para professores, funcionários públicos e estudantes do ensino superior e para circulação nos transportes públicos rodoviários e fluviais.

No decreto, as autoridades guineenses mantiveram o uso obrigatório da máscara na via públicas e nos espaços fechados de acesso ao público e voltou a permitir a prática de desportos coletivos.

As reuniões e manifestações voltam também a ser permitidas, bem como os eventos sociais, culturais e a realização de atividades político-partidárias e o funcionamento de discotecas, salas de festa e outros locais de diversão, mediante o cumprimento de regras de higienização das mãos, uso correto da máscara e de distanciamento físico.

Conosaba/Lusa

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