quarta-feira, 2 de junho de 2021

PUN DEFENDE A DESPOLITIZAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS E PARTILHA DE RECURSOS DO PAÍS

O presidente do Partido da Unidade Nacional, Idriça Djaló, defendeu esta quarta-feira, a despolitização das Forças Armadas, da Administração Pública e a partilha de recursos que o país tem para evitar uma “tragédia”, consequência da ausência de uma verdadeira democracia que o país vem enfrentado há anos.

Segundo o líder do PUN, se a despartidarização da Administração Pública, do sistema judicial e a despolitização das Forças Armadas não forem uma realidade, o sistema jamais estará à altura de corresponder aos desafios atuais. Criticou igualmente a forma acelerada como a massa salarial da Guiné-Bissau subiu para seis mil milhões de francos CFA, “num país que não produz nada”.

“A grande tragédia da Guiné-Bissau é a ausência de uma verdadeira democracia, por isso é necessário trabalhar para que se torne num país democrático”, indicou e alerta que uma eventual dissolução do parlamento não trará solução nenhuma aos problemas que o país enfrenta neste momento.

“Dissolver o Parlamento e convocar eleições é agravar a situação, que por si só, já era turbulenta”, sublinhou.

Perante estes fatos, Idriça Djaló prometeu encetar contatos com todas as formações políticas com assento no Parlamento guineense, porque o interesse do país não se confunde com o interesse do Partido da Unidade Nacional (PUN).

Idriça Djaló disse que a nomeação de conselheiros, membros do governo e diretores-gerais “é um cancro que está a minar a Guiné-Bissau” e defendeu que as nomeações sejam adequadas aos recursos que o país tem, porque a Guiné-Bissau é um país pobre que carece quase de tudo, sobretudo de infraestruturas rodoviárias. Porém, tem um “batalhão de conselheiros” que ganham milhões de francos CFA, “isso faz parte da injustiça profunda de que falei que o país está a enfrentar”. Idriça Djaló defendeu, por isso, a justiça social, partilha de esforços e divisão equitativa dos recursos que o país tem.

O presidente do Partido da Unidade Nacional defendeu ainda a redução do número de deputados da nação, funcionários públicos e das forças de defesa e segurança, porque os recursos que a Guiné-Bissau tem não ficarão permanentemente à disposição do país.

“É uma das confusões que tem criado problemas maiores à Guiné-Bissau, porque é absurdo pensar que o fato de um militar estar num determinado partido significa que terá direito a um carro, a uma casa, não. Partido é um espaço de congregar ideias e apresentar propostas para desenvolver o país”, assinalou.

Em reação a sucessivas greves na Função Pública, Idriça Djaló disse que é necessário sentar-se à mesa para discutir todos os problemas que resultaram na paralisação da administração pública desde janeiro deste ano, com incidência no setor da educação e saúde.

“Os políticos não podem estar a receber subsídios milionários e o Estado não pode estar sob dominação de quem quer que seja. As forças de defesa e segurança, os funcionários públicos não criam riqueza para o país. Quem o faz é a população, 98% dos quais não têm nada”, afirmou.

Por: Filomeno Sambú
Foto: F.S
Conosaba/odemocratagb

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