Albufeira, Faro, 11 jan 2021 (Lusa) – A ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau afirmou hoje que o Governo está empenhado em dar maior atenção à comunidade guineense na diáspora, através da reestruturação das redes consulares e diplomáticas, importantes para capturar investimentos.
“Entendemos que a Guiné-Bissau tem muito a ganhar com uma diplomacia ativa e dinâmica e que traga benefícios para o país, porque a diplomacia tem de ser, sobretudo, uma forma de ajudar ao desenvolvimento do país”, afirmou Suzi Barbosa.
A ministra dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação da Guiné-Bissau inaugurou hoje o consulado-geral do país em Albufeira, no distrito de Faro, o primeiro na Europa.
Em declarações à agência Lusa, Suzi Barbosa afirmou que existe na nova dinâmica da diplomacia guineense, “a vontade de reestruturar todo o ministério e as redes consulares e diplomáticas, para tirar proveito desses benefícios, importantes para desenvolver a Guiné-Bissau”.
“O objetivo é captar investimentos, dar atenção à nossa comunidade na diáspora, porque uma comunidade na diáspora assistida vai ter condições e confiança de investir no seu país”, alegou.
Para a chefe da diplomacia guineense, o acompanhamento dos emigrantes através da rede consular “é um sinal de que o Governo se preocupa, está próximo, sendo uma garantia de que os governantes realmente se preocupam com eles”.
Questionada sobre se a renovação e adoção de uma nova diplomacia virada para os emigrantes guineenses não tardou a ser implementada, Suzi Barbosa afirmou que “nunca é tarde”.
“Dentro das possibilidades foi o mais rápido que foi possível, tendo em conta a situação da pandemia [de covid-19] que não tornou fácil organizar a abertura deste consulado-geral e também porque temos limitações financeiras e administrativas, mas mesmo assim fizemos o esforço de concretizar a promessa e abrir a primeira representação consular”, explicou.
A governante recordou que a promessa do Presidente da República da Guiné-Bissau de abrir a representação consular em Albufeira, a primeira na Europa, “foi um outubro e em menos de dois meses está a ser concretizada”.
“Foi até mais rápido do que muita gente pensava e aqui estamos hoje para provar que somos uma geração de concreto”, sublinhou.
Suzi Barbosa referiu que a escolha de Portugal para abrir o primeiro consulado-geral deve-se ao facto de ser o país “onde existe a maior comunidade residente na diáspora, e pelas boas relações históricas, políticas, diplomáticas e comerciais”.
“Nós temos Portugal como a segunda pátria. A grande maioria de nós temos familiares residentes, interesses no país e, por isso, justifica-se o interesse de abrir em Portugal”, enfatizou.
De acordo com Suzi Barbosa, depois de Portugal, o Governo da Guiné-Bissau pensa abrir um consulado-geral em Madrid (Espanha), “país onde também existe uma grande comunidade de guineenses e ampliar progressivamente a rede consular”.
“O objetivo é estar, cada dia, mais próximo da nossa comunidade para que sintam o Estado da Guiné-Bissau e não se sintam desamparados”, sustentou.
A ministra disse ainda que o Governo guineense está a trabalhar para combater a documentação fraudulenta, “com um trabalho que está a ser feito de origem para melhorar a credibilidade dos documentos”.
“Um dos projetos deste Governo é mudar toda a gama de passaportes, para tornar o documento cada vez mais credível e para que não tenha nenhum problema de autenticidade, ao mesmo tempo que se está a informatizar e modernizar os serviços de autenticação e de registo, para dar mais credibilidade à documentação e para que a Guiné-Bissau seja olhada com mais respeito e credibilidade”, concluiu.
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