Bissau, 29 jan 2021 (Lusa) - Os dez jovens estudantes guineenses detidos na quinta-feira pela polícia em Bissau foram libertados hoje e encontram-se já nas respetivas residências, disse à Lusa Vladimir Gomes, presidente da Associação Juvenil para Proteção dos Direitos Humanos (AJPH).
A polícia deteve os dez jovens na 2.ª Esquadra em Bissau sob acusação de terem violado o decreto presidencial que proíbe manifestações públicas, ao abrigo de estado de calamidade pública, em vigor no país desde o passado dia 23.
Vladimir Gomes contesta aquela alegação da polícia, frisando que o decreto não proíbe manifestações e que apenas exige que sejam feitas mediante o distanciamento entre pessoas e o uso obrigatório de máscaras faciais.
O presidente da AJPH defende que a polícia "violou os direitos" dos estudantes e continua a considerar que o Governo não devia ter mandado suspender aulas em Bissau, como fez, alegando controlo da propagação do novo coronavírus.
Os jovens que estiveram detidos estavam a manifestar-se contra a suspensão de aulas decretada pelo Governo, uma iniciativa apoiada por várias organizações da sociedade civil guineense que estiveram na 2.ª Esquadra para exigir a libertação dos estudantes.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos condenou a atuação da polícia que também deteve, durante cerca de duas horas, um jornalista de uma rádio privada de Bissau que se encontrava em reportagem no lugar da concentração dos estudantes que pretendiam manifestar-se.
De acordo com dados do Alto-Comissariado contra a covid-19, a Guiné-Bissau regista um total acumulado de 2.600 casos desde que foram detetadas as primeiras infeções pelo novo coronavírus no país, em março de 2020.
Atualmente o país tem 129 casos ativos, registou 45 mortes pela doença e está em estado de calamidade pública.
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