Chegada à Bissau do Presidente de Cabo Verde, Dr. Jorge Carlos Fonseca, para uma visita oficial com duração de quatro dias.
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló considerou hoje surpreendente que, volvidos tantos anos desde a independência, só agora é que existe uma visita oficial do chefe de Estado de Cabo Verde, apesar de serem dois países irmãos.
"Como sabem é a primeira visita oficial de um Presidente da República irmã de Cabo Verde", notou o Presidente guineense, na sessão de boas-vindas ao seu homólogo cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, que hoje iniciou uma visita oficial de três dias à Guiné-Bissau.
"Por mais surpreendente que possa parecer, é a primeira vez que um chefe de Estado de Cabo Verde visita oficialmente a Guiné-Bissau. Os outros vieram à Guiné-Bissau, mas em contextos diferentes, nas cimeiras, tomada de posse e quando digo isso também é recíproco, nenhum Presidente da Guiné-Bissau efetuou uma visita oficial à República irmã de Cabo Verde", declarou Embaló.
O líder guineense disse ter-se empenhando pessoalmente, enquanto primeiro-ministro, em elevar o nível das relações diplomáticas entre os dois países, e que as suas diligências já estão a dar resultados com a abertura da embaixada de Cabo Verde em Bissau e a passagem do consulado da Guiné-Bissau para embaixada na cidade da Praia.
Para Umaro Sissoco Embaló não fazia sentido que os dois países não cooperassem nestes níveis tendo em conta, frisou, "laços de consanguinidade" que unem os dois povos.
"A minha esposa é de origem cabo-verdiana", declarou Embaló para reforçar os laços que unem os dois povos.
O Presidente guineense prometeu efetuar uma visita oficial a Cabo Verde, antes das eleições legislativas, marcadas por Jorge Carlos Fonseca, para 18 de abril.
O presidente cabo-verdiano disse, por sua vez, que está em Bissau à convite do "irmão Presidente Umaro Sissoco Embaló" como forma de assinalar "um ponto de partida, uma nova largada nas relações entre Cabo Verde e Guiné-Bissau".
Pela "história, cultura, consanguinidade, cumplicidades imensas" entre os dois países, por ainda serem países vizinhos e presentes em organizações regionais e internacionais, Jorge Carlos Fonseca afirmou que "não fazia sentido" que não tivessem relações a nível político e diplomático "fortes e próximas".
"É verdade que não são se tratam de relações dos anos 70, é uma relação diferente, mas é uma relação próxima de dois países que se respeitam, dois países irmãos, dois países amigos que podem cooperar com benefícios mútuos que se constituem em democracia e em estado de direito, portanto é nessa base, nesse contexto que eu estou aqui", sublinhou Jorge Carlos Fonseca.
O líder cabo-verdiano destacou, contudo, que as novas bases das relações devem ser possíveis sem olhar para quem estiver no poder nos dois países.
"Vamos cooperar, independentemente das conjunturas políticas, independentemente de quem é o Presidente, o primeiro-ministro, ou o partido que está no poder, isso não é o mais importante para que Cabo Verde e Guiné-Bissau estejam juntos", notou Jorge Carlos Fonseca.
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário