O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que o povo guineense nunca se esquecerá da visita de Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca a Guiné-Bissau, tendo realçado que a Medalha Amílcar Cabral, também pertence ao Presidente Fonseca. Embaló fez estas afirmações durante a declaração conjunta dos dois Chefes de Estado à imprensa, depois da condecoração com a mais alta distinção do país, esta segunda-feira, 18 de janeiro de 2021.
O Presidente Fonseca iniciou hoje a sua primeira visita de quatro dias, 18 a 21 do mês em curso a Guiné-Bissau. Esta é a primeira visita de um Chefe de Estado cabo-verdiano ao solo pátrio de Amílcar Cabral [Guiné-Bissau], desde a independência do jugo colonial em 1974 e coincide com a abertura, pela primeira vez, da Embaixada de Cabo Verde no país.
O governo cabo-verdiano designou, na semana passada, o seu Embaixador para a Guiné-Bissau e que já recebeu “Agreement – Aceitação” das autoridades da Guiné-Bissau, através do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.
Na sua declaração, o Presidente Embaló disse que doravante a Guiné-Bissau manterá com países irmãos, uma relação de Estado para Estado e entre povos. Garantiu, neste particular, que enquanto Presidente da República, vai assegurar a relação entre os dois Estados e povos.
Reconheceu que a Guiné-Bissau possuí uma história de vários anos e que não há guineense que não tenha primos ou irmãos em Cabo Verde e da mesma forma também com os cabo-verdianos.
“Queria dizer algo em crioulo cabo-verdiano: essa medalha pertence-lhe também, porque várias pessoas dizem que Amílcar Cabral é de Cabo Verde e outras dizem que é da Guiné-Bissau, mas eu não sei, porque não conheço Cabral. Uma coisa sei: Amílcar Cabral é guineense e cabo-verdiano de maneira que tem direito de receber a medalha Amílcar Cabral, que é a maior condecoração do Estado guineense. O povo da Guiné-Bissau nunca se esquecerá desta visita e sempre que necessário, os dois países devem andar juntos na CEDEAO, CPLP, Nações Unidas entre outras organizações com posições bem concertadas”, sublinhou.
PR FONSECA MOSTROU-SE SURPREENDIDO COM A CONDECORAÇÃO
O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, mostrou-se surpreendido com a condecoração com a medalha Amílcar Cabral que recebeu do seu homólogo guineense, a mais alta distinção da Guiné-Bissau. Acrescentou na sua comunicação que é uma surpresa, porque “nunca me passara pela cabeça ser merecedor de tão elevada distinção, apesar das ambições que me acompanharam nesta visita às terras da Guiné”.
Carlos Fonseca disse que com essa medalha sente-se mais comprometido e engajado como chefe de Estado cabo-verdiano em trabalhar para que as relações entre guineenses e cabo-verdianos sejam cada vez mais fortes e próximas.
“Nós tivemos um passado comum, partilhamos lutas, sacrifícios imensos e cumplicidades no nosso percurso. Houve período da nossa história em que nos aproximamos muito, mas também houve outros em que houve separação temporária, mas na verdade o que nos une é tão forte e profundo.
Somos dois estados soberanos e independentes, dois países que trilham caminhos da democracia a procura do desenvolvimento para o nosso povo, é preciso que nos reaproximemos no sentido de juntar esforços, facilitarmos o caminho que nos leva a um destino comum”, aconselhou.
O chefe de Estado cabo-verdiano assegurou que o destino comum dos dois povos é vencer obstáculos e trilhar caminhos para que guineenses e cabo-verdianos, todos sem distinção, conheçam verdadeiramente o progresso. Jorge Carlos Fonseca sublinhou que todas as lutas e empenho dos dois países tem apenas um sentido que é proporcionar às pessoas, os cidadãos, a liberdade, o bem-estar e a paz.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: Marcelo Na Ritche
Conosaba/odemocratagb.
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