domingo, 31 de janeiro de 2021

Vice-presidente da Federação : “HUSSEIN APRESENTOU SUA DEMISSÃO PORQUE QUERIA VIRGÍNIA DA CRUZ FORA DA FFGB”

 

O vice-presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau(FFGB) para a área do Licenciamento dos Clubes, Organização de Provas e Implementação de Futebol, Bonifácio Malam Sanhá, denunciou que o segundo vice-presidente do organismo, Hussein Farath apresentou a demissão do cargo, porque queria ver a secretaria geral, Virginia da Cruz fora da instituição, por causa do salário que esta recebe.

“Se for um cidadão europeu que estava a dirigir a secretária geral do órgão a receber este salário, ninguém iria contestar. A preocupação do segundo vice-presidente da FFGB é para demitir a Virgínia da Cruz da federação e até chegou de abordar este assunto nesta sala onde estamos neste momento”, explicou.

Na semana passada, o segundo vice-presidente da FFGB para área da Administração e Finanças, Hussein Farath, apresentou a sua demissão alegando falta de transparência na gestão de fundos da Federação e revelou ainda que Virginia da Cruz e o diretor técnico nacional demitido, Jerónimo Mendes recebem 5 milhões de Francos CFA por mês na instituição federativa guineense.

Em conferência de imprensa esta sexta-feira, 29 de janeiro de 2021, na sede do organismo em Bissau, com objetivo de reagir a tais acusações, Malam Sanhá confirma que os dois recebem um direito inerente às suas funções, pago pela entidade que dirige o futebol mundial, a FIFA.

“Quem paga esse salário é a FIFA, através da FFGB, porque em cada mês a instituição envia o seu balancete a FIFA, onde consta o salário dessas pessoas desde o final de 2017 e a instituição mundial que dirige o futebol tem conhecimento deste assunto. No final de cada ano a FIFA manda os seus auditores para fazer avaliação deste fundo”, sublinhou Malam Sanhá.

Segundo explicação do dirigente desportivo guineense, o montante real enviado pela a FIFA ronda 4 milhões e setecentos de Francos CFA, onde cada um dos dois dirigentes do órgão recebe 2 milhões e trezentos cinquenta mil fcfa.

Malam Sanhá que transitou no anterior direção da FFGB liderado por Manuel de Nascimento Lopes “Manelinho”, afirmou atual direção do órgão liderado por Carlos Mendes Teixeira está a trabalhar no aumento dos salários dos dois dirigentes que pertencem estrutura do órgão para 10 milhões de FCFA.

Farath defende que seja reduzido o salário pago a secretária geral do órgão e o diretor técnico, respetivamente, no sentido de permitir melhoramento das infra estruturas desportivas.

Em reação, Malam Sanhá fez lembrar ao Hussein Farath que a missão da FFGB não é construir estádios para os associados, embora realçou o engajamento da atual direção do órgão em melhorar a infraestrutura de alguns clubes.  

Em relação a falta de transparência na gestão de fundos do órgão, vice-presidente da FFGB para a área do Licenciamento dos Clubes, Organização de Provas e Implementação de Futebol, afirma que todos os processos ligado aos fundos da instituição foi feito com o conhecido de Hussein Farath, na qualidade do responsável das finanças.

Sobre a retirada da obrigatoriedade da assinatura nas contas da FFGB ao vice-presidente pelo líder do órgão, Mendes Teixeira, Sanhá considera normal, porque na administração isso não funciona.

Durante a sua longa explanação, Bonifácio Malam Sanhá abordou vários assuntos ligados a FFGB, nomeadamente as dívidas da instituição federativa com a Empresa Pública da Eletricidade da Guiné-Bissau (EAGB) e com o Banco Comercial (BAO).

Caíto Teixeira, como é conhecido o presidente da FFGB entre amigos, foi eleito no mês de setembro último e sucedeu no cargo Manelinho, que esteve 8 anos à frente daquele órgão.

Durante o mandato de Manelinho vários dirigentes dos clubes denunciaram a gestão de fundos de FFGB e em 2017 a secretária do órgão, Virginia da Cruz, foi ouvida no Ministério Público no âmbito de um processo por alegados atos de corrupção naquela instituição desportiva.

Por: Alison Cabral

Foto: AC

Conosaba/odemocratagb

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