O primeiro vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), Cipriano Cassamá, afirmou que o seu partido vive um clima de profunda “desconfiança, de intrigas, de tentativa de rebelião, descrédito e de silêncio, mal-estar entre os militantes, anticrise oriunda das eleições presidenciais e de últimos desenvolvimentos de acontecimentos no seio do seu grupo parlamentar”. Cassamá fez estas afirmações esta quarta-feira, 20 de janeiro de 2021, durante as atividades alusivas ao quadragésimo oitavo aniversário da morte do fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana, Amílcar Cabral o fundador do PAIGC.
Cipriano Cassamá afirmou que o “ferverial desta carga negativa” no interior do partido, tem minado o sucesso das batalhas enfrentadas até esta parte, sublinhando que as jornadas comemorativas são boa oportunidade para “terem e tecerem” à tona todos os problemas e tabus para um debate profundo e eficiente, de modo a vislumbrar pistas para soluções resilientes.
Para Cassamá, a “interveniente, ponderação e inteligência de Amílcar Cabral” só trará benefícios ao partido, no estado atual do seu percurso, se os militantes comprometerem-se nas suas ações com a “sabia e sensatas orientações” que deixou para o povo guineense e em particular para o PAIGC, como legado.
Os desafios e conjuntura política atual, disse Cipriano Cassamá, apontam para o reconhecimento e valorização dos militantes com “ligações indivisíveis e de fidelidade incondicional”, defendendo que o olhar do partido fique também no amparo e maior aproximação de novos militantes, a cultura de fidelidade e amor ao PAIGC cujo sucesso se situa na promoção controlada e gradativa daqueles militantes na estrutura do partido.
Cassamá afirmou que as militâncias ao partido não podem encontrar-se em troca de “benefícios individuais ou de grupos”, lembrando que o PAIGC foi “sempre” construído com princípios, valores e objetivos da defesa de conquista de interesses coletivos.
O também Presidente da Assembleia Nacional Popular disse que a Guiné Bissau não pode hoje transformar-se numa empresa de aproveitamento individual pelos bens materiais que pode proporcionar.
“Um profundo diagnóstico dos problemas das zonas críticas e vulneráveis e potenciais crises impõem-se com caráter de urgência” defendeu, para de seguida afirmar que nessa tarefa ganham relevo as reuniões de órgãos para permitir corrigir os erros acumulados nos últimos tempos e traçar novas estratégias para enfrentar os obstáculos e o combate que ainda está a enfrentar e os que virão.
“O PAIGC tem tido uma postura reativa aos ataques externos e internos de adversários sempre que está no poder, com prejuízos graves aos objetivos traçados. É momento de enveredar pela tática ofensiva de conservação de ganhos e expansão para horizontes mais ambiciosos” disse, sublinhando que o PAIGC é um partido do poder e que têm de estar “unidos, coesos e fortes para irem a uma nova batalha, mobilizar sempre que possível “desunir nunca, desunir nunca”, mas sim poder responsabilizar todos que cometerem infrações graves e prejudicais ao partido.
Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb
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