A Plataforma Política das Mulheres da Guiné-Bissau manifesta-se de acordo com as Nações Unidas na sua decisão de responsabilizar as pessoas que estejam a perturbar a ordem constitucional na Guiné-Bissau.
A posição da organização, vem na sequência do recente relatório do secretário-geral das nações unidas que fala sobre a possibilidade de imposição de sanções, a todos os elementos perturbadores, independentemente da sua afiliação política e institucional, tendo pedido para o feito, a criação de um grupo de peritos para analisar a situação no terreno e compreender melhor os factores que levaram as forças de defesa a envolverem-se recentemente no processo político.
Reagindo sobre este assunto, Silvina Barreto, presidente da plataforma das Mulheres disse que o povo guineense não pode continuar na situação em se encontra, ausente da paz e da estabilidade e por isso, defendeu que qualquer pessoa que esteja a obstaculizar o processo, deve ser responsabilizado e traduzido a justiça.
“Se existe de facto alguém que atrás merece ser chamado a razão por que um ou uma minoria não pode pôr em causa uma maioria, se a maioria e o povo precisa de tranquilidade e paz, a paz deve ser respeitada porque é povo que vota, é povo que dá o poder por isso, deve ser respeitada e garantida a sua segurança pelo menos é o mínimo que se possa fazer enquanto governante enquanto estado”, diz
“Se as nações tomar a iniciativa de não levantar as sanções, antes pelo contrário, será identificada as pessoas por detrás, que a deixem que faça o seu trabalho porque quem não deve, não teme”
Também em reacção ao comunicado do secretário-geral, o Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) através da segunda 2ª vice-presidente, Odete Semedo disse que o partido não está entusiasmado com a declaração apesar de admitir estar a merecer uma análise do mesmo e fez referência ao passado em que foram emitidas várias declarações sobre a situação política do país que não foram cumpridas.
“Nós deixamos de entusiasmar com aquilo que podemos chamar de declarações, estamos simplesmente a analisá-lo devido ao passado” disse a governante, acrescentando que “ não é questão de confiar ou não na aplicações de sanções, mas sim a busca de um algo concreto para acreditar”.
“Quer ou não querer, a comunidade internacional é um parceiro da Guiné- Bissau, se um está a errar não é todo, mas não se pode acreditar em todo que dizem porque há interesses e muita das vezes vem com uma missão ao país que as vezes não são claros na visão de muitas pessoas”, enfatizou.
Instado a comentar sobre o mesmo comunicado, o líder do Movimento para Alternância Democrática, (MADEM-G15) Braima Camará, disse não ter acesso a essa informação por isso, escusou-se ar comentar o assunto.
“Não tive acesso, não tive a informação e este é uma grande questão e não se falar de ânimo leve. Fica para próxima”, prometeu
No relatório, que analisa os acontecimentos no país desde as presidenciais, António Guterres salienta que durante aquele período "houve desafios à ordem constitucional com a existência de dois primeiros-ministros e, temporariamente, dois Governos paralelos.
Para o politólogo Rui Jorge Semedo o comunicado do Secretário-geral das Nações Unidas do seu ponto de vista é um certificado de incompetência atribuído a CEDEAO sobre a resolução da crise política na Guiné-Bissau.
“No meu ponto de vista o comunicado do Secretário-geral das Nações Unidas, é um certificado de incompetência atribuído a CEDEAO, sobre a resolução da crise política na Guiné-Bissau, e por outro lado, contraria aquilo que foi a declaração do representante da Guiné-Bissau junto às Nações Unidas, que afirma que os militares não intervirem durante o processo eleitoral no país”, afirmou.
Para Rui Jorge Semedo, o comunicado trouxe elementos muito importante que chama atenção aos atores políticos de que as sanções não são para um grupo específico.
Por último apelou os militares a se manterem equidistantes do processo político e assumam o seu papel de forças republicanas.
Por: Amade Djuf Djaló/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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