sábado, 23 de junho de 2018

«OPINIÃO» "CRISE E OPORTUNIDADE: JOVENS NA VANGUARDA" - SANTOS FERNANDES


De 2012 à 2018, o nosso país experimentou crises político-militares que afetaram, sobremaneira, o seu tecido social e económico. 

No epicentro dessas peripécias políticas, de um lado, o partido libertador vem ganhando eleições, umas atrás de outras, e, por outro lado, o PAIGC vai acumulando intrigas, fricções e traições, ao longo de quatro décadas a esta parte, não tem conseguido cumprir o "programa maior", por várias razões e, sobretudo, por "culpa própria".

Se é verdade que a nossa classe politica é o reflexo do dirigismo político-partidário do PAIGC da atmosfera política guineense, também, não é menos verdade que a luta entre facções no seio do PAIGC acaba afetando o tecido social e político guineenses, minando, deste modo, o consendo mínimo que se quer presente na sociedade guineense, uma vez que se trata da principal "formação política" ao nível nacional.

Ora, em face ao constante embroglio político guineense, no qual o PAIGC vai ganhando as eleições atrás de eleições, contudo, ele não consegue governar a si mesmo, não consegue gerir os seus problemas internos e, muito menos, consegue gerir positivamente o país como um todo.

Não menos importante, os jovens, tristemente, não têm sido "achados" e nem "tidos" em linha de consideração, pelo menos, do ponto de vista estratégico e sustentado, em todo esse processo.

Em consequência disto, verifica-se, cada vez mais, a vulnerabilidade dos jovens face ao processo político, por quanto são frequentemente instrumentalizados, banalizados e, digamos assim, colocados, pura e simplesmente, nas estruturas "subalternas" como meros assistentes dos líderes políticos.

À título de exemplo, esta semana, o PM, Aristides Gomes, apresentou o programa do seu governo de "consenso", no hemiciclo, sem uma prévia auscultação dos anseios e das perspectivas das estruturas representativas da camada juvenil, não obstante o seu mandato se cirscuncrever à realização das eleições legislativas em novembro próximo.

À meu ver, eis as razões fundamentais, pelas quais essas "crises" de lideranças, quer sejam no PAIGC e noutras formações político-partidárias, quer sejam ao nível do Estado, se possam traduzir em "oportunidades" concretas para uma participação mais activa e efectiva dos jovens no processo político-eleitoral que se avizinha.

Por conseguinte, em jeito de uma simples chamada de atenção, espera-se que os jovens assumam, efectivamente, o protagonismo dessas eleições à seu favor.

Que os nossos jovens, ávidos por um futuro mais próspero, não troquem seus preciosos votos por "t-shirts",(camisolas), piqueniques, etc.

Apenas uma opinião...!

Bissau, 22/6/2018

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