O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, chegou hoje a Maputo pouco depois das 10:30 locais (09:30 em Portugal) para uma visita de Estado de dois dias a Moçambique, dominada pela recente crise de violência xenófoba na África do Sul.
Jacob Zuma foi recebido no Aeroporto Internacional de Maputo pelo seu homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, com quem tem um encontro previsto para hoje ao início da tarde, na Presidência da República.
O Presidente sul-africano viaja para Maputo logo após a detenção e deportação de quase mil moçambicanos que se encontravam em situação ilegal no país vizinho, numa operação que apanhou a diplomacia de Maputo de surpresa, um mês depois da crise de violência xenófoba contra imigrantes africanos e que levou à fuga de milhares de pessoas para as suas terras de origem.
Segundo um comunicado da Presidência moçambicana, a visita de Estado de Zuma "enquadra-se no contexto do fortalecimento e aprofundamento das relações de irmandade, amizade e cooperação "entre os dois países, "bem como do reforço da cooperação bilateral, nos domínios político, económico e social de interesse mútuo e no âmbito da região da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral].
Além do encontro com Nyusi, o programa do Presidente sul-africano prevê conversações ao nível ministerial. Na quinta-feira, está prevista uma visita ao parlamento.
Na passada sexta-feira, o chefe da diplomacia moçambicana, Oldemiro Baloi, já tinha anunciado uma reunião bilateral entre os dois países, mas sem apresentar detalhes.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chamou os jornalistas para revelar que 947 moçambicanos tinham sido detidos numa operação policial contra imigrantes ilegais na África do Sul e que quase metade regressaria no mesmo dia a Moçambique, tendo sido reativado o centro de trânsito de Boane, na província de Maputo, por onde já tinham passado centenas de pessoas em fuga da violência xenófoba no país vizinho.
Na ocasião, Baloi disse que as relações com a África do Sul "continuam na mesma, de boa vizinhança e cooperação", apesar dos "momentos menos bons e é para isso que o relacionamento existe", manifestando esperança numa solução e, acima de tudo, em "garantir que da parte sul-africana ações destas sejam devidamente preparadas para atenuar os impactos em Moçambique, porque os há".
A África do Sul é um importante parceiro comercial de Moçambique e o maior importador da energia da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) e acolhe a maior comunidade de moçambicanos na diáspora.
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