O PÉRIPLO AO SUL DE SIMÕES PEREIRA FOI COROADO DE EXÍTOS
Quatro dias consecutivos, de 20 a 23 de maio, a comitiva partidária e governamental, chefiada pelo Presidente do PAIGC e Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, percorreu de Bissau a Buba 240 Km e entre as regiões do Sul do país, Quinara (Fulacunda e Empada) e Tombali (Cacine e Catio) 462 Km, no total de 702, sem contar com o regresso, com intuito de agradecer as populações e auscultar as suas opiniões sobre os 9 meses de governação.
Em todas as localidades, o Presidente do PAIGC, foi sempre recebido com grande fervor, entusiasmo e atos de muito regozijo de contentamento, lembrando a apoteose final dos cantos gregos, diribambos. Sob cânticos e danças, sorrisos e risos de euforia das mulheres, foi sendo coberto com os panos multicolores, aonde nem os acrobatas “melétcho” não faltaram. Nos rotos das populações era bem notório, que ali estavam de livre e espontânea vontade, para manifestarem a sua felicidade pelo preço que à venda de um 1kg, da castanha de caju, havia atingido pela primeira vez na história do país, no valor de 500 francos; por terem a iluminação pública em suas vilas e cidades; pela iniciativa da reabilitação das “bolanhas” nas “tabancas” de Catchaque, Gantone através do financiamento do BOAD e muitas outras em curso no quadro do Projeto FIDA; pelo funcionamento da fabrica de embalagens de mangas em Mantem; pela notícia da inauguração em julho de outra fabrica de sumos de manga e tomate em Safim; pela existência brevemente de um Laboratório de Certificado de Pescado, com selo da Guiné-Bissau, destinado a exportação, enfim, numa só palavra, a esperança pairava no ar.
Mas, também não faltaram os apelos e aconselhamentos ao Governo para que tudo fizesse, a fim de os três representantes dos órgãos da soberania: a Assembleia Nacional Popular, o Governo e a Presidência da República, encontrarem uma plataforma institucional de entendimento entre elas, em beneficio da nação.
Igualmente, referiram à falta da água potável; dos Centros de Saúde apetrechados com maternidades; de edifícios administrativos e residências para funcionários; dos mercados; dos Bancos; de estradas alcatroadas; de cobertura das redes móveis na região; de Escolas de Formação Profissional; de professores qualificados; dos guardas nacionais; dos transportes de carreira; dos Centros Multifuncionais para Jovens; microcréditos para as mulheres e jovens.
O Chefe do Executivo lançou desafios as populações e aos governantes regionais. E a Governadora da Região de Quinara, Binto Nanque Seidi encorajada com a prestação do Governo Central, acicatou dizendo que tudo irá fazer para ser a melhor Governadora da Região.
Foi com este ambiente, que no dia 22 a comitiva, após ter percorrido uma estrada de terra batida a ser reabilitada entra em Cacine. A convite do Administrador Seco Indjai, o Primeiro-Ministro visita as sedes da administração num estado geral de degradação, as escolas, as casernas dos militares, a esquadra da policia, a sede do Partido e uma empresa coreana de pesca artesanal, CONAPESCA.
Este ultimo, emprega cerca de 400 operários e colabora com mais 350 pescadores de pirogas responsáveis pelo fornecimento do pescado entre linguados, corvinas e djotos, a unidade para a conservação e comercialização. Trata-se de um investimento, orçado em 1.500.000, (um milhão e quinhentos mil) dólares americanos. Tem capacidade para fornecer o mercado local, uma média de 15% de sua produção, mas devido a existência de um mercado apropriado tal não acontece.
No comício usaram da palavra o Seco Indjai, em representação das mulheres, Iasatu Camará; da juventude, Udis Bari; pelo PRS – Partido de Renovação Social, Contala Nandiba; pela ONG Madel, Dona Necas; a Coordenadora da Província do Sul, Teodora Inácia Gomes.
O convidado especial do Governo, o Consultor mandatado pelo Banco Mundial, Piere Winicki, interveio para explicar a importância da árvore da confiança, que ele ajuda a edificar em países que têm essa carência. Disse a árvore ter sete factores, mas que irá falar apenas três, sendo eles: a coerência entre a palavra e o ato; a cooperação e solidariedade; e como se pode ultrapassar os tempos de guerra para construir uma sociedade de confiança?. Foi muito interessante o ouvir, e perceber que para que a árvore não morra todos devem rega-la. O mesmo quer dizer, que todos devemos cultivar a confiança em nós próprios, nos outros e perante as instituições.
A seguir dirigimos para Catio. Uma invasão na estraga fez parar a comitiva. Estávamos na tabanca Sanconha. Todos queriam falar e agradecer o seu líder. Carlos Correia resumiria o encontro “se o povo continuar assim atrás do nosso Presidente, ele vai mandar muitos anos.”
Já ao entardecer chegamos a Catio. A população aguardava pelo seu Primeiro-Ministro à entrada. Num percurso à pé, acompanhados pelo Governador da Região; Bacar Bodjan e o administrador, Cana Nandjina do PRS, fomos para o local do encontro. Muito povo na rua. Estavam aí reunidos três sectores Bedanda, Como Caiar e Catio. Falaram várias pessoas: em nome das mulheres, Ermelinda Martinho; da Juventude, Mariama Silá; do PRS Cadi N´Bumdi; Augusto Lima, Teodora Gomes e Vitor Nameia.
O Secretário de Estado da Pesca referiu ao lançamento da Escola das Pesca em Bolama, segundo ele vai aliviar um pouco o problema da formação profissional, através da ministração de conhecimentos em carpintaria naval, mecânica naval e tecnologia da pesca.
A Ministra de Saúde, Valentina Mendes disse que em proteção das populações vão ser introduzidas novas vacinas de poliomielite, pneumococo, HPV – vírus de papiloma humano.
O Ministro das Obras Públicas informou que a obra de alcatroamento da estrada Buba/Catio já conta com um financiamento da BOAD; Guilege/Betanda; N´Djudé/Nova Sintra e São João; Batabali/Madina de Baixo; e Cruzamento/Cabudu serão reabilitadas em terra moderna.
O líder porque todos aguardavam, Domingos Simões Pereira sempre falou no fim para fechar os comícios. Dando exemplo, disse que tanto os professores como o pessoal da saúde ao serem transferidos para o interior devem ter condições mais atrativas. Que os guineenses têm que parar de enganar uns e outros e passar a falar só a verdade. Fala do Pierre, dizendo que é um especialista em pôr a pessoas a dialogarem. Para construir a Guiné devemos acabar com as diferenças, de raça, de religião e de cor.
Dizem que o preço do arroz subiu, mas isso nada tem a ver com a aplicação dos impostos por parte do Governo, como por ai a dizer. E nem com a Bissau Link. Os produtos de primeira necessidade: arroz, farinha e óleo não pagam impostos. Isso é pura especulação do mercado. O Governador e o delegado do comércio local, devem controlar essa à subida do preço. Porque ninguém pode aumentar os preços per si.
Todas as questões que aqui colocaram irão ser respondidas no Plano de Desenvolvimento Regional de Tombali. Nós queremos fazer uma governação diferente em que sentamos todos juntos para diagnosticar e definir as prioridades importantes. O Governo que dirijo para estimular quem trabalha, vamos introduzir o culto do melhor trabalhador nacional, que pode ser um de vocês aqui em Catio ou em qualquer outro lado basta “pecarem teso”, serão recompensados com um prémio. Diz que agora é hora de “mão na lama, como diz o nosso presidente.” Conta porquê o Presidente dos USA, Obama concedeu o melhor prémio de trabalhador a uma servente de uma prisão.
Por tudo que constamos neste dias “in loco” podemos garantir que o périplo do Chefe do Governo ao Sul foi coroado de êxitos.
Buba, 23 de maio de 2015
Carlos Vaz
/Conselheiro de Comunicação e Informação/
Sem comentários:
Enviar um comentário