Bissau, 20 Mai 15 (ANG) - Mais de 300 “professores diplomados” do Ensino básico Unificado (EBU) realizaram hoje uma marcha exigindo a uniformização do vencimento dos docentes formados nas Escolas “17 de Fevereiro” e “Amílcar Cabral” de Bissau.
Em declarações ao repórter da ANG, durante a marcha realizada da Chapa de Bissau ao Ministério da Educação, Mamadú Aliu Baldé, professor de EBU de Cuntum Madina, em Bissau e membro da comissão organizadora, revela que neste momento, mais de mil docentes “diplomados” recebem um salário base de 41.400 Francos cfa, por mês, contra outros da “mesma formação ” que recebem 132 mil francos cfa, por mês.
Este docente que falou ainda de colegas que ganham 29 ou 35 mil Francos, advertiu que caso o governo não satisfaça as suas reivindicações, vão paralisar as escolas do Ensino Básico Unificado, a partir do dia 25 do mês em curso, no seguimento dos seus protestos contra o que consideram “injustiça e discriminação salarial” de que alegadamente são alvos.
Segundo Paulo Colma, outro diplomado e docente há 39 anos, “até os professores contratados habilitados com apenas 11ª classe (sem formação) auferem um salário superior à muitos professores com formação no EBU”.
Por sua vez, Maria Gomes, docente na escola 23 de Janeiro em Bissau revelou que apesar de terem , ela e outros colegas, participado de um curso intensivo para equivalência de diplomas, entre 2005 e 2008, até então não receberam os respectivos certificados.
“Apesar desta formação que tivemos e de eu estar há 24 anos a dar aulas, continuo a receber apenas 42 mil Francos cfa mensalmente”, lamentou Maria Gomes que apelida essa situação de “injusta”.
No Ministério da Educação, o grupo de reivindicadores foi recebido pelo Secretário de Estado do Ensino Superior, Fernando Dias.
Segundo o Porta-voz da Comissão dos Professores, António Vaz, as partes acordaram criar uma comissão conjunta para “resolver esta questão”.
Em declarações à imprensa, Fernando Dias, realçou o entendimento alcançado com os professores diplomados em trabalhar, em conjunto para a solução das reivindicações.
Na marcha que levou os professores até à sede do parlamento guineense, os docentes ergueram cartazes com os dizeres: “ Dêem-nos os nossos direitos”, “Basta, à discriminação salarial”.
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