Bissau - O presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, apelou segunda-feira aos cidadãos do país a fazer "um verdadeiro esforço de reconciliação" com o passado de maneira a transformar o presente do país.
"Só conseguiremos avançar se velarmos os nossos mortos e prepararmos o nosso futuro", defendeu, quando conferia posse aos membros da comissão preparatória da Conferência Nacional de Reconciliação entre os guineenses.
"No meu entender só existirá uma verdadeira reconciliação quando na Guiné-Bissau não existirem excluídos, oprimidos e opressores. Precisamos sim de perdoar, necessitamos saber perdoar, mas também precisamos de justiça para lançar um novo começo", defendeu Cipriano Cassamá.
Para o presidente do Parlamento guineense "só a verdade" libertará o país e "só a justiça unirá" os cidadãos, pelo que, notou, a reconciliação não poderá ser "uma caça às bruxas".
A comissão empossada na segunda-feira é composta por 32 elementos e é presidida pelo padre católico Domingos da Fonseca.
"A persistência da instabilidade governativa ao longo de quase duas décadas e a consequente degradação progressiva das condições de desenvolvimento económico e social do país mostraram claramente aos guineenses a importância estratégica da paz", um dos elementos geradores do "bem comum", notou o prelado.
Para Domingos da Fonseca "uma conferência nacional sobre a consolidação da paz está intrinsecamente ligada aos esforços de desenvolvimento", num momento em que a Guiné-Bissau "está prenhe de desafios e recheada de esperanças".
O líder da comissão é pároco em Buba, no sul da Guiné-Bissau, e vigário geral da diocese de Bafatá, no centro do país.
Vai liderar uma comissão criada em 2010, mas cujos trabalhos foram interrompidos com o golpe de Estado de 2012, para serem agora retomados, mas com novas figuras.
Entre elas estão académicos, dirigentes de organizações da sociedade civil, deputados, militares e juristas.
A tomada de posse antecedeu a abertura de mais uma sessão plenária ordinária no Parlamento guineense.
A sessão que vai decorrer até 26 de Junho vai debater o estatuto do líder da oposição, a problemática da Defesa e Segurança do país e a proposta de Cipriano Cassamá para que seja erigida uma estátua ao antigo presidente da Guiné-Bissau Nino Vieira.
portalangop
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