sábado, 23 de maio de 2015

GUINÉ-BISSAU: UNFPA APOIOU CIRURGIA DA FÍSTULA PARA MAIS DE 300 MULHERES

Tratamento cirúrgico contra a fístula. Foto: Irin/Prince Collins

Agência da ONU reitera que combate inclui prevenção, tratamento e reinserção das pacientes; Dia Internacional pelo Fim da Fístula Obstétrica é assinalado este 23 de maio.

Amatijane Candé, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, financiou a cirurgia de mais de 300 mulheres que sofriam com a fístula obstétrica na Guiné-Bissau nos últimos cinco anos.

Falando à Rádio ONU, na capital guineense Bissau, o ponto focal da Saúde Reprodutiva do Unfpa disse que as causas da doença incluem o casamento forçado ou precoce, a mutilação genital feminina, a pobreza e o acesso limitado aos serviços de saúde.

Reinserção

Cândida Lopes reiterou que o projeto da eliminação da fístula no país inclui a prevenção, o tratamento e a reinserção das pacientes.

"No ano passado não conseguimos fazer as cirurgias porque os fundos extras que recebemos chegaram um pouco tardes e não foi possível arranjar espaço para programar com a equipa do Senegal que executa as cirurgias. Eles exigem que as datas das campanhas cirúrgicas sejam fixadas no princípio do ano, pelo que foi impossível".

Campanha Global

A agência revelou que a iniciativa decorreu no âmbito da Campanha Global para Acabar com a Fístula, lançada em 2003.

As declarações foram feitas no quadro do Dia Internacional pelo Fim da Fístula Obstétrica, assinalado este 23 de maio. O lema para este ano é "Eliminar a fístula e restaurar a dignidade da mulher".

Sensibilização

Entretanto, o Instituto da Mulher e Criança, IMC, que também intervém na eliminação da fístula disse que 30 mulheres estão em fase de reinserção após terem recebido o seu apoio para intervenções cirúrgicas no passado. No mesmo período, decorreram ações de sensibilização e duas campanhas

A presidente do IMC, Ana Maria de Barros, disse que o financiamento foi garantido pelo Centro de Género da Cedeao.

Pós-Cirurgia

Como destacou, 90% das intervenções tiveram sucesso. As regiões do leste do país registam a maior prevalência da doença. A representante realçou a importância de atividades para reintegrar as pacientes.

Reintegração

"Essas mulheres são mulheres que se marginalizam, a comunidade também marginaliza-as por isso arranjamos psicólogos para dar seguimento a estas mulheres antes e depois da cirurgia. Há um pequeno fundo que a Cedeao dá que é para reinserir as curadas na sociedade. Damos esse dinheiro para que elas possam dedicar-se a um pequeno comércio"

Estima-se que 2 milhões de mulheres são afetadas pela fístula em todo o mundo. Entre 50 mil e 100 mil novos casos da doença são registados anualmente.

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