quinta-feira, 30 de novembro de 2023

POLÍCIA DE BOLAMA DESMANTELA UMA REDE DE EMIGRANTES CLANDESTINOS

O Departamento de Informação Policial e Investigação Criminal da Região de Bolama (DIPIC) anunciou ter desmantelado na terça-feira, 28 de novembro de 2023, uma rede de candidatos à emigração clandestina em São João, secção do setor de Bolama.

A maior parte dos 36 candidatos, concentrados neste momento na POP de Bolama, já se encontrava em Bissau, concretamente nos bairros de Bandim e Mindara e muitos vendiam café na cidade e tinham como horizonte a Espanha, informou o delegado regional do DIPIC de Bolama, Rui Djassi.

O esquema, que envolve três cidadãos estrangeiros, como cabecilhas: Ussumane de nacionalidade senegalesa, Umaro Doumbia e Braima, ambos da Guiné-Conacri, foi desmantelado por uma missão conjunta da POP e DIPIC.

Os candidatos encontravam-se num armazém de um cidadão nacional, em São João, com o pretexto de que estavam à procura de trabalho.

Entre os candidatos, estão 29 cidadãos da Guiné-Conacri, 5 nacionais, 1 da Costa do Marfim e 1 da Vizinha República da Gâmbia, que vive um no país há pouco mais de um ano.

Segundo o delegado do DIPIC, os valores cobrados aos candidatos oscilam entre 220 mil francos cfa, 350 mil francos cfa e 400 mil francos cfa’s, totalizando 9 milhões e setecentos e vinte e sete mil francos cfa.

Em declarações aos jornalistas, Rui Djassi disse que as informações que o seu departamento tinha recebido apontavam que eram 40 elementos, mas no terreno encontraram 36 homens de idades compreendidas entre 20 e 35 anos de idade.
“Tinham orientações claras, que estavam à procura de trabalho. Verificamos todo o perímetro não detetamos nenhum sinal nem materiais que pudessem evidenciar que realmente eram trabalhadores. Daí retiramo-los de lá para o comando de Bolama, onde confirmaram que tinham como destino a Espanha”, disse.

De acordo com Rui Djassi, três dos candidatos denacionalidade da Guiné -Conacri, terão confirmado que não é a primeira vez que ocorrem casos como este e que em setembro deste ano, um navio tinha deixado o país com 119 clandestinos a bordo.

“Confirmaram que comunicam com esses elementos, alguns têm familiares nessa embarcação com os quais mantêm contacto, razão pela qual fizeram confiança aos três suspeitos, um do Senegal e dois da Guiné-Conacri”, informou.

Rui Djassi lamentou que a região não tenha capacidade de combater vários crimes que ocorrem em Bolama e noutras ilhas Bijagós, tendo pedido às autoridades e ao governo a apoiarem as diferentes forças da zona com equipamentos à altura dos desafios e crimes que o mundo enfrenta, tendo em conta a vulnerabilidade das ilhas.

Questionado se os candidatos sob custódia do comando local serão repatriados para os respetivos países, disse que essa componente será decidida ao mais alto nível da sua estrutura.

Informou que na sequência da operação de terça-feira, três pessoas estão detidas neste momento na segunda esquadra e algumas estão a monte.

O delegado do DIPIC disse não ter informações se o esquema envolve ou não autoridades guineenses, “pelo menos de acordo o trabalho feito até ao momento”.

Por: Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb

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