terça-feira, 28 de novembro de 2023

Ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau não esclarece pagamentos do Governo

Suleimane Seidi, ministro da Economia e Finanças guineense, falou na segunda-feira perante os deputados. © facebook.com

A oposição na Guiné-Bissau pediu ontem, segunda-feira, a saída do Governo do ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi. A oposição considera que o Ministro incorre no crime de prevaricação e desrespeito às leis do orçamento do Estado ao mandar pagar cerca de 10 milhões de dólares de dívidas a 11 empresários ligados ao atual Governo. O ministro foi ouvido ontem no parlamento em Bissau.

O debate parlamentar de cerca de cinco horas acabou por se revelar inconclusivo. No essencial, o Ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, confirmou estar em curso o processo de pagamento dos 10 milhões de dólares. Confirmou igualmente que das 11 empresas, algumas não tiveram as dívidas auditadas pelo Tribunal de Contas.

Suleimane Seidi explicou que a lei guineense apenas pede a intervenção do Tribunal de Contas no momento de celebração dos contratos de prestação de serviços ao Estado, mas não no momento de pagamento.

Vários deputados insistiram em questionar o Ministro da Economia e Finanças sobre que serviços aquelas empresas prestaram ao Estado. A essa questão, o Ministro disse que não poderia revelar pormenores porque o caso já está sob a alçada do Ministério Público.

Perante o que o Ministro considerou como dever de ponderação, o Parlamento acabou por instruir a Comissão Especializada para Assuntos Económicos para reunir com o Ministro todas as informações, sensíveis ou não, para depois apresentar aos deputados.

No fim do debate parlamentar sobre o caso das dívidas pagas aos empresários próximos do Governo, a população ficou sem perceber se houve ou não ilicitude, com o ministro a saber mais do que aquilo que disse aos deputados e com muitos deputados a não falarem de forma aberta porque os seus partidos também incorreram, no passado, na mesma prática de pagamentos aos empresários do regime.

Por:Mussá Baldé
Conosaba/rfi.fr/pt/

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