terça-feira, 31 de outubro de 2023

Putin diz que ataques contra inocentes em Gaza são injustificáveis


O Presidente russo, Vladimir Putin, defendeu hoje que "não podem ser justificados de forma alguma" os bombardeamentos israelitas contra "centenas de milhares de inocentes" na Faixa de Gaza, após mais de três semanas de guerra entre Israel e Hamas.

"Os terríveis acontecimentos que acontecem em Gaza, quando exterminam indiscriminadamente centenas de milhares de pessoas inocentes que não têm para onde ir ou se esconder dos bombardeamentos, não podem ser justificados de forma alguma", frisou.

Putin, que analisou a situação no Médio Oriente no início da reunião extraordinária com as agências de segurança, convocada após os motins antissemitas que ocorreram no domingo à noite com a invasão de um aeroporto na república russa do Daguestão, de maioria muçulmana, lamentou que Israel tenha escolhido "vingar-se de acordo com o princípio da responsabilidade coletiva".

"Quando olhamos para as crianças ensanguentadas, para as crianças mortas, para como as mulheres e os idosos sofrem, para como os médicos morrem, é claro, cerramos os punhos e os olhos enchem-se de lágrimas", destacou.

O chefe de Estado russo acusou também os Estados Unidos e "os seus satélites" de serem "os principais beneficiários da instabilidade global", considerando que Washington "não precisa de uma paz duradoura na Terra Santa".

"[Os EUA] Precisam de um caos permanente no Médio Oriente. É por isso que desacreditam os países que insistem num cessar-fogo imediato em Gaza para parar o derramamento de sangue", frisou.

Putin relacionou a escalada de violência entre israelitas e palestinianos com o fracasso da política dos EUA, ao ignorar as aspirações palestinianas e monopolizar o processo de paz.

Na semana passada, a Rússia recebeu representantes do braço político do grupo islamita Hamas, exigindo a libertação imediata das pessoas raptadas, ao mesmo tempo que defendia a criação de um Estado palestiniano com capital em Jerusalém Oriental.

Como consequência, Israel criticou a visita, apelou a Moscovo para condenar "a organização terrorista Hamas" e convocou o embaixador russo ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para manifestar o seu firme protesto.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns e causando mais 1.400 mortos.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas na Faixa de Gaza, e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Mais de 8.000 palestinianos, a grande maioria civis, foram mortos desde que Israel entrou em guerra contra o Hamas, de acordo com as autoridades palestinianas em Gaza.

Conosaba/Lusa

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