domingo, 18 de junho de 2023

Líder do segundo maior partido da Guiné-Bissau recua na decisão de deixar cargo - 17/06/2023.


O coordenador nacional do Movimento da Alternância Democrática (Madem-G15) da Guiné-Bissau, Braima Camará, recuou hoje na decisão de deixar a liderança do partido, segundo uma resolução do Conselho Nacional daquela formação partidária.

Braima Camará recuou na sua decisão de renunciar ao cargo, após o Conselho Nacional ter aprovado várias moções de confiança política propostas pelos coordenadores e secretários regionais do partido e de organizações políticas do Madem-G15, refere a resolução do Conselho Nacional divulgada à imprensa.

O coordenador nacional do Movimento da Alternância Democrática (Madem-G15) da Guiné-Bissau, Braima Camará, renunciou no sábado ao cargo, após a derrota do partido nas eleições legislativas do passado dia 04.

"Perante este órgão, eu apresento a renúncia do meu mandato", afirmou Braima Camará, quando discursava perante o Conselho Nacional do Madem-G15, reunido para analisar os resultados das eleições legislativas, nas quais o partido obteve 29 dos 102 lugares do parlamento guineense.

O Madem-G15 governava o país em coligação com o Partido de Renovação Social e com a Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau.

Braima Camará considerou que é o "único responsável pela derrota eleitoral" e que não "há bodes expiatórios, nem dois culpados".

"O Madem perdeu as eleições. Ponto final. Parágrafo. Não vou a tribunal por causa dos resultados", disse Braima Camará, salientando que a política deve ser feita com nobreza e que "nunca será um primeiro-ministro cozinhado num gabinete".

Os resultados das eleições legislativas deram a vitória à coligação PAI - Terra Ranka com 54 dos 102 deputados ao parlamento, conquistando assim a maioria absoluta.

O Madem-G15 obteve 29 deputados na Assembleia Nacional Popular, mais dois assentos do que em 2019.

O Partido de Renovação Social (PRS) conseguiu 12 deputados, uma grande descida em relação às legislativas de 2019, quando obteve 21 assentos, enquanto o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), criado no final de 2021, e liderado por Botche Candé, obteve seis deputados na sua estreia eleitoral.

A Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau, liderada pelo primeiro-ministro cessante, Nuno Gomes Nabiam, obteve apenas um deputado, quando em 2019 elegeu cinco deputados.

Conosaba/Lusa

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