A diminuição da exportação da castanha de caju em 2022 travou a recuperação económica da Guiné-Bissau, que se ficou pelos 3,5% contra os 5% previstos, refere um relatório do Banco Mundial, hoje apresentado em Bissau.
"Uma campanha de caju difícil travou a recuperação económica, uma vez que vários problemas limitaram a concretização de uma produção elevada em crescimento económico", lê-se no relatório, que atualiza os dados económicos do país.
A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau da qual depende direta ou indiretamente 80% da população guineense.
Segundo o documento, a produção da castanha de caju atingiu em 2022 cerca de 240.000 toneladas, mas até dezembro de 2022 apenas foram exportadas 171.000 toneladas.
Os problemas que limitaram a campanha estão relacionados, segundo o Banco Mundial, a conflitos no transporte marítimo e à escassez regional de combustível, que prejudicou o transporte interno, mas também a problemas de armazenamento no Vietname e às festividades religiosas na Índia, principais importadores, que provocaram uma menor procura e obrigaram a que "todos os países exportadores de caju de África Ocidental terminassem a campanha com estoques não vendidos".
A "difícil" campanha de caju levou a uma quebra de receitas fiscais, num país em que, segundo o Banco Mundial, o "rácio impostos/PIB [Produto Interno Bruto] continua a ser um dos mais baixos do mundo devido a uma base tributária limitada e a uma administração fiscal deficiente".
"As receitas fiscais diminuíram ligeiramente para 9,5% do PIB em 2022. Este declínio foi dececionante, uma vez que as receitas fiscais aumentaram para 9,8% em 2021 graças a reformas fiscais e ao contínuo desenvolvimento do sistema de pagamento de impostos `online`", refere o relatório.
O Banco Mundial salienta que as autoridades adotaram medidas para reforçar o cumprimento fiscal e aumentar a transparência fiscal e que do lado das despesas "continuam empenhadas em racionalizar a fatura salarial e em melhorar" o seu controlo.
Conosaba/Lusa
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