O Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados denuncia que tentou, duas (02) vezes, mas o Ministério do Interior recusa “categoricamente” receber a carta que informa das manifestações a serem realizadas no próximo domingo (04)
A denúncia dos inconformados foi tornada pública, esta quarta-feira (28), numa conferência de imprensa, que visa denunciar os obstáculos criados pelas forças de segurança em relação a manifestação do domingo próximo, em Bissau, a favor das últimas decisões da CEDEAO que visam tirar o país da actual situação de crise política.
Badilé Domingos Sami, membro do movimento dos inconformados com a actual situação política no país, adverte que o movimento não irá acatar nenhuma ordem “ilegal” que obstaculiza a realização das manifestações do domingo e a manifestação terá lugar de forma pacífica e ordeira “como sempre acontece”.
“Como organização que defende os princípios, nunca vamos acatar ordem ilegal. Por isso não vamos acatar qualquer decisão que venha das nossas autoridades sem bases legais. Nada irá impedir as nossas manifestações”, reafirma.
Os inconformados adiantam ainda que várias vias foram percorridas para entregar a carta ao ministério do interior mas sem sucesso e foi enviada uma carta através dos correios mas foram informados que a direcção-geral da viação indefere o pedido de manifestação.
“Vejam em que Estado nós estamos. Quando é que a viação tem a responsabilidade de impedir as manifestações”, questiona.
Badilé Sami responsabiliza directamente o presidente da república, José Mário Vaz, “de tudo” o que poderá acontecer com “qualquer” cidadão durante as manifestantes a serem realizadas no próximo domingo.
Para os inconformados existem descriminações em relação a manifestações no país.
“Porque é possível haver dois pesos e duas medidas. Porque na semana passada o presidente da república e seus aliados realizaram manifestações. Porque agora não podemos manifestar. Isso quer dizer que existem cidadãos da primeira e da segunda classe”, interroga.
Brevemente o movimento irá produzir uma carta á comunidade internacional citando nome das pessoas que continuam a restringir a liberdade de manifestação e de reunião no país, advertem os inconformados.
“O movimento irá produzir uma carta onde constará vários nomes, nomeadamente o Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública, Celso de Carvalho e do director da viação, Bamba Banjai”, promete.
Os inconformados lembram ainda que foram proibidos de manifestar, em frente a embaixada do Senegal, para exigir a justiça pela morte do cidadãos guineense na fronteira com o senegal.
No próximo Domingo (04) os inconformados projectam uma manifestação, de chapa de Bissau á sede da CEDEAO, a favor das últimas medidas da CEDEAO que sancionam as individualidades guineenses consideradas entraves para o cumprimento integral do acordo de Conacri que visa tirar o país da actual situação de crise política em que se encontra.
Lembre-se que no passado dia 18 de Fevereiro, um grupo de partidos (liderado pelo PRS e por grupo dos 15 expulsos do PAIGC) realizou uma marcha, na cidade de Bissau até a sede da CEDEAO, contra as sanções impostas pela comunidade oeste africana e consequentemente pela sua forma de mediação.
O grupo acusa a organização de ser injusta e imparcial e diz que as sanções foram encomendadas por Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC).
Recentemente as organizações internacionais declararam preocupadas e contra as proibições das manifestações na Guiné-Bissau e o presidente da república declara nos seus discursos que no país existem liberdades de manifestação e de expressão.
Sobre a tentativa de proibição de manifestação a Rádio Sol Mansi (RSM) continua ainda a tentar ouvir a reacção da Liga Guineense dos Direitos Humanos e do ministério do interior.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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