Lendas e contos da Guiné-Bissau – um
livro solidário
O livro irá ser oferecido
gratuitamente pela ONG Ajuda Amiga a bibliotecas da Guiné-Bissau
Na
manhã do dia 24 de Março (sábado) vai ser lançado (com a presença do autor) em Bissau,
na Livraria Coimbra, o livro “Lendas e contos da Guiné-Bissau”. Neste dia o
livro poderá ser adquirido por 5.000 Francos CFA. O autor estará presente no
dia do lançamento, Carlos Fortunato, é também presidente da ONG Ajuda Amiga.
São
raros os livros que abordam o tema das lendas e contos da Guiné-Bissau, e este
livro tem ainda a particularidade de ser um livro solidário destinado a apoiar
a cultura guineense e os guineenses.
O
livro foi lançado em Portugal em 2017, e uma parte dos livros editados foi
oferecida gratuitamente às bibliotecas das escolas em Portugal, que estavam
localizadas junto das grandes comunidades guineenses, a fim de promover um
ensino multicultural, através da inclusão nas aulas da leitura de lendas e de
contos guineenses.
Em
Portugal a Ajuda Amiga fez também uma oferta do livro aos seus associados e aos
seus doadores. A primeira edição teve grande aceitação e esgotou-se em oito
meses, mas as doações feitas permitiram realizar uma segunda edição e alargar a
distribuição do livro a mais bibliotecas.
O
seu lançamento na Guiné-Bissau, irá ocorrer a 24 de Março de 2018, como
referimos anteriormente, e tal como ocorreu em Portugal, irá ser feita uma
oferta gratuita a algumas bibliotecas da Guiné-Bissau.
O
livro foi criado para ser uma ferramenta para interagir com a juventude, por
isso tem 43 ilustrações e uma linguagem simples, mas o seu conteúdo abarca
todas as idades e que tem por objetivos:
·
Ajudar
os jovens na construção da sua identidade, pois as origens são importantes
nessa construção, porque necessitam de saber quem são, de conhecer a sua
história, porque exemplos de valores de como a solidariedade, a tolerância, o
respeito, a coragem, o amor, a persistência de lutar contra os mais diversos
desafios, são sempre uma referência para a construção do seu carater;
·
Gerar
um estímulo à leitura e à procura do conhecimento, abordando temas que
despertam no leitor a sua curiosidade e interesse;
·
Criar
um sentimento de orgulho pelos feitos de seus ancestrais, estimulando a sua confiança
e motivação em vencer os seus desafios, em lutar por um futuro melhor, o que
faz aumentar a sua auto-estima, e tem impacto no seu desempenho académico, nos
seus valores e na criação das suas raízes;
·
Preservar
a cultura e história da Guiné-Bissau, permitindo a sua passagem para as
gerações futuras;
·
Promover
a divulgação, o reconhecimento e a valorização da história de África, pois é
importante para quebrar as barreiras da incompreensão e das falhas na inclusão;
·
Apoiar
projectos escolares que promovam o reconhecimento e a valorização da
diversidade cultural;
·
Promover
a ideia de que a diversidade étnica é uma riqueza cultural, que deve ser
preservada com orgulho;
·
Responder
à enorme procura que este tipo de livros tem pela juventude e não só, cobrindo
a lacuna da sua inexistência;
·
Promover
(nomeadamente nas escolas) palestras sobre Guiné-Bissau, as suas lendas, os
seus contos, e como os valores são importantes para o bem comum.
O
livro faz uma viagem ao passado da Guiné-Bissau, contando lendas sobre as suas
origens, sobre reinos africanos que ali existiram e apresenta uma seleção de
contos, o que num breve resumo são as seguintes:
·
Lendas balantas - a origem dos balantas, e a
história do porco que deu nome ao conhecido Presidente Kumba Yalá;
·
Lendas bijagós - a origem dos bijagós, as suas
lutas, as suas "rainhas", e o tesouro de Oquinca Pampa;
·
Lendas mancanhas - a origens dos mancanhos, e a
bela história de amor que deu origem à localidade de Bula;
·
A Lenda de Sundiata Keita - é a lenda de uma das maiores
epopeias africanas, a história do menino que não conseguia andar, que aos 10
anos foi obrigado a fugir para não ser morto, e que a partir do nada, apenas
com a sua determinação, coragem e inteligência, criou o maior império africano;
·
A lenda de Djanqui Uali
- Djanki Uali o último imperador do Império de Cabú, e a heróica batalha
pela defesa da sua capital, Cansalá (sedeada na Guiné-Bissau, perto de Gabú),
tornaram-se um símbolo de coragem, pois com 600 guerreiros destruiu um exército
de 40.000;
·
A lenda de Alfa Môlo - Alfa Môlo era um pobre servo
ao serviço de uma família rica, que liderou a revolta no Reino do Firdu, um
Reino em que os servos e os escravos, passaram a ser os novos senhores, e ele o
seu novo rei;
·
A lenda da canoa papel - a luta dos papéis de Bissau
contra os estrangeiros, e a sua canoa com espíritos malignos que desapareceu.
Os seguintes contos narram como a
esperteza da lebre e do camaleão, conseguem vencer o maldoso lobo em desafios impossíveis. Os contos falam
ainda os perigos que correm as crianças sozinhas no mato, do amor, da amizade e
da solidariedade:
·
A
lebre e o lobo no tempo da fome;
·
O
camaleão ganha a corrida ao lobo;
·
O
casamento do lebrão;
·
O
hipopótamo dá boleia ao lobo;
·
O
leão e o javali no tempo da sede;
·
O
lobo e a lebre vão à pesca;
·
O
lobo que queria comer os filhos da
lebre.
·
O
menino e o patu-feron.
As
lendas selecionadas aproveitaram a riqueza da diversidade étnica guineense, e
tiveram como critério a sua importância na histórica e o seu desconhecimento
pelo público.
Os
contos tiveram como critério, selecionar os que ainda não tinham sido
publicados, e a mensagem positiva que estes encerravam.
As
ilustrações estiveram a cargo de vários artistas guineenses e portugueses,
também para promover aqui a diversidade, entre eles o principal ilustrador foi
o grande mestre guineense Augusto Trigo, mas outros jovens artistas guineenses
de grande valor como o Ady Pires Baldé e o Lemos Djata, deram também a sua
participação.
No
site da ONG Ajuda Amiga, http://www.ajudaamiga.com, pode encontrar mais
detalhes.
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