A Guiné-Bissau ainda não ratificou o Acordo de Paris, mas tem estado a cumprir com os compromissos assumidos e a trabalhar para as comunidades guineenses serem mais resilientes às alterações climáticas, disse o diretor-geral do Ambiente, Viriato Cassamá.
"A Guiné-Bissau, independentemente da situação política que se vive, independentemente de não ter ratificado o Acordo de Paris devido ao funcionamento da nossa Assembleia Nacional Popular, tem estado a nível técnico a cumprir com os compromissos assumidos aquando da assinatura do Acordo de Paris, em 2016", afirmou à agência Lusa Viriato Cassamá.
O país vive há cerca de dois anos uma crise política e o parlamento não tem funcionado, o que impede a ratificação do Acordo de Paris.
Segundo Viriato Cassamá, que é também coordenador do projeto das alterações climáticas no país, a Guiné-Bissau elegeu a energia e da agricultura, florestas e uso do solo como os "setores prioritários em termos de contribuição para a luta contra as alterações climáticas".
"O país tem organizado fóruns a nível nacional, debates de interação e discussão sobre as alterações do clima, temos estado a desenvolver projetos para tornar as comunidades guineenses mais resistentes aos choques do clima", salientou.
A Guiné-Bissau é um dos países mais vulneráveis do mundo às alterações climáticas, disse.
"A Guiné-Bissau é um país pobre, tem falta de recursos financeiros e tem falta de capacidade técnica para fazer face a esses efeitos. Para lutar contra as alterações climáticas, primeiro é preciso ter pessoas capazes e outro facto, que chamamos de fator limitante, é o financiamento, porque as obras de adaptação são muito caras e o país não tendo recursos tem de estar a contar com a solidariedade internacional", explicou.
Para fazer face ao fenómeno, Viriato Cassamá disse que há um esforço grande para tornar a Guiné-Bissau mais "capacitada em termos técnicos" e a "nível financeiro".
A Guiné-Bissau está a participar na 23.ª Conferência da Convenção da ONU sobre Alterações Climáticas (COP 23), que decorre em Bona até dia 17.
O primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló, viajou hoje para Bona para participar no encontro.
Durante a COP 23, os representantes mundiais vão acertar os pormenores técnicos da aplicação do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.
Conosaba/Lusa
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