As autoridades nacionais impediram, pela sexta vez, o Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados de realizarem a marcha pacífica prevista para este sábado (25), em Bissau. A marcha deveria exigir abertura das aulas nas escolas públicas do país
Os cidadãos conscientes e inconformados dizem que todos os trâmites legais para manifestações foram cumpridos junto das autoridades nacionais.
Em conferência de imprensa, Sumaila Djalo, porta-voz do movimento dos inconformados, diz que o movimento não irá marchar para evitar confrontos sendo que a maioria dos manifestantes seriam alunos.
O movimento continua ainda a acusar o presidente da república e actual governo de atentado a constituição da república.
“Desta vez não vamos avançar para as manifestações. Mas não significa que temos algum medo em relação as autoridades mas sim porque a manifestação deste sábado estava particularmente pela questão da greve na educação e convidamos alunos que na maioria são crianças e não queremos colocar em causa as suas integridades físicas porque quando as pessoas virão a nos violentar, como fizeram na maioria das vezes, não queremos que as crianças sejam vitimas”, explica.
Embora a passividade com a proibição da manifestação de amanhã, Sumaila Djalo ameaça que nos próximos dias as ruas de Bissau serão tomadas por manifestações.
“Apesar de esta vez não avançarmos pelas manifestações… mas não significa que estamos a recuar da nossa luta mas consciente e inconformadamente nos próximos dias as ruas de Bissau terão as nossas manifestações porque não seremos patrocinadores de nenhum acto contra a constituição da república”, ameaça.
Sumaila diz ainda que não irão catar “nenhuma” ordem fora dos ditames constitucionais ou demais leis da república guineense.
O movimento dos inconformados chama ainda mais atenção da comunidade internacional e do poder judicial guineense em relação a sucessivas proibições de realização das manifestações.
Sumaila pede que sejam dadas mais atenções em relação ao cumprimento do roteiro internacional e contra as proibições das marchas.
“Informamos a comunidade internacional congregados no P5 e não percebemos porque até agora não existe nenhuma interpelação e nem um pronunciamento da comunidade internacional”, lamenta.
Sumaila Djalo alerta ainda que a possível visita do primeiro-ministro de Portugal ao país seria uma afronta a soberania nacional e o movimento irá promover manifestações durante o momento da visita.
“Se qualquer líder de outro país vier a Guiné-Bissau neste período será considerado persona non grata”, avisa.
O Movimento pretende convocar para breve o projecto do povo denominado “mão na caneta” para exigir o início das aulas nas escolas públicas.
Entretanto, a Confederação Nacional das Associações Estudantis da Guiné-Bissau (CONAEGUIB) convoca para próxima quinta-feira (30 de Novembro) uma marcha para exigir o início das aulas nas escolas públicas.
No mesmo dia os partidos políticos democráticos ameaçam começar o segundo ciclo de manifestações contra o actual regime no país.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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