Com um plano de recuperação de 100 mil milhões de euros em dois anos, o governo francês pretende ir mais além que a recuperção económica pós-covid-19 e preparar o país já para 2030.
“Este plano não se contenta em sarar as feridas da crise. Ele prepara o futuro”, afirmou o primeiro-ministro Jean Castex ao defender um plano “à altura da situação excepcional que vivemos".
No total serão injetados na economia 100 mil milhões de euros em dois anos. O objetivo do governo é voltar ao nível de actividade económica pré-crise já em 2022 e começar a ver o desemprego diminuir por essa altura. Por agora prevê-se a perda de 800 mil empregos este ano.
"Espero que o plano de recuperação em 2021 crie 160 mil empregos. Esta é a nossa meta", disse o primeiro-ministro na quinta-feira de manhã.
Este plano de investimento a médio prazo terá três prioridades: transição ecológica, competitividade empresarial e coesão social.
Trinta mil milhões de euros serão assim dedicados a uma economia mais ecológica, uma “aceleração sem precedentes”, segundo o governo.
Os transportes públicos vão beneficiar de 11 mil milhões de euros, incluindo 4,7 mil milhões para a SNCF financiar o frete ferroviário, as pequenas linhas e comboios nocturnos.
Quase 7 mil milhões de euros também serão investidos na renovação energética de edifícios, incluindo 4 mil milhões para o parque público (escolas, universidades, etc.) e 2 mil milhões dedicados às famílias.
Para reindustrializar os territórios, o plano centra-se na melhoria da competitividade das empresas, com 35 mil milhões de euros mobilizados, dos quais 20 mil milhões para reduzir os impostos sobre a produção pagos pelas empresas.
O resto do envelope vai apoiar o capital próprio das empresas que foram prejudicadas pela crise, ou mesmo subsidiar a relocalização de actividades e a inovação em sectores do futuro, como a inteligência artificial ou a computação quântica.
"É uma prenda para a França, para que a economia volte a arrancar e que se possa lutar contra o desemprego.
Queremos antes de mais evitar ao máximo os despedimentos.
Debatêmo-nos com uma crise sanitária, foi daqui que tudo partiu.
Há impactos económicos e sociais, já o vimos em muitos sectores como o aeronáutico, o ramo automóvel.
O governo de Edouard Philippe tomou medidas extremamente ambiciosas e corajosas para limitar os estragos, por forma a salvaguardar empregos.
É uma aposta ganha, agora há que avançar e evitar novos despedimentos.
E o que vamos fazer é tentar preencher os talões de encomendas.
O objectivo é dar-se trabalho às empresas, ou seja, aos franceses independentemente de quem forem."
Jean Castex, primeiro-ministro francês.
//www.rfi.fr/pt
Sem comentários:
Enviar um comentário