Na última terça-feira (12), seis partidos políticos consideraram, numa carta enviada à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a nomeação do novo procurador-geral da República (PGR) como um "atentado aos direitos humanos".
A carta assinada pelo presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, inclui também a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), União para a Mudança, Partido da Nova Democracia, Partido da Convergência Democrática e Partido da Unidade Nacional, representados no Governo de Aristides Gomes, demitido pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló.
Na carta, dirigida ao presidente da comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Jean-Claude Kassi Brou, os seis partidos relembram à organização sub-regional, que tem mediado a crise no país, que durante aquele período foram assassinados o anterior Presidente João Bernardo "Nino" Vieira, o chefe das Forças Armadas, general Tagmé Na Waie, e Hélder Proença, Baciro Dabó e Roberto Cacheu.
Os seis partidos acusam ainda que “durante este período foram também assassinados responsáveis pelos serviços de segurança do Estado, nomeadamente, Samba Djaló e Iaia Dabó. O assassinato deste último implica directamente o senhor Fernando Gomes". No entanto, na conferência de imprensa, Fernando Gomes nega estas acusações e pede apresentação de provas contrária.
No entender do novo Procurador-Geral da Republica, as recentes acusações sobre a sua pessoa no envolvimento dos assassinatos é por ter elegido como prioridade a luta contra a corrupção, e no entanto garante que não há pré-selecção nesta luta.
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, nomeou em 30 de abril, Fernando Gomes para o cargo de Procurador-Geral da República. O advogado já foi presidente e fundador da Liga Guineense dos Direitos Humanos, foi ministro do interior no governo de Carlos Gomes Júnior e igualmente director de campanha do mesmo candidato, na primeira volta das presidenciais e na segunda integrou a coligação que apoiou Umaro Sissoco Embaló.
O advogado substitui no cargo Ladislau Embassa, que apresentou em 28 do mesmo mês a demissão ao chefe de Estado da Guiné-Bissau para cumprir com "a ética republicana", segundo afirmou.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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