Um grupo de jovens guineenses decidiu criar o Movimento Cívico de Luta Contra o Tribalismo e Fundamentalismo Religioso (MCLCTFR) para estancar a tendência de incitação à divisão no país, disse hoje o coordenador da iniciativa, Hélder Té.
"Há muitos políticos que querem levar a Guiné-Bissau para um sentido que é muito perigoso", defendeu à Lusa Hélder Té, dando o exemplo do nível de animosidade das mensagens nas redes sociais.
"Isto já vinha de trás, há muitos anos, durante as campanhas eleitorais, mas a situação tende a agravar-se nos últimos tempos", referiu o coordenador do movimento, que por enquanto conta com 11 membros, mas aberto a todos os jovens da Guiné-Bissau.
Hélder Té citou o rapto e espancamento do deputado Marciano Indi, por pessoas ainda por identificar, mas referiu que as manifestações sobre aquela situação nas redes sociais roçam a confrontação entre pessoas de etnias diferentes.
Para o coordenador do MCLCTFR, a continuar neste ritmo, a Guiné-Bissau poderá conhecer "consequências trágicas" ao exemplo do que tem acontecido noutras partes de África.
"Somos contra o incitamento de sentimentos étnicos, porque isso pode trazer conflito étnico que é muito perigoso para uma nação. Nós somos pela justiça, nós somos defensores da Constituição da República", afirmou.
Helder Té revelou que a sua organização vai lançar uma campanha de sensibilização, visando promover a unidade, mas estará vigilante para denunciar e se for preciso apresentar queixa na justiça contra os promotores da divisão com base na religião ou etnia.
Nas próximas campanhas eleitorais, a organização de Hélder Té conta ter ativistas nos comícios dos políticos e ao mínimo sinal de mensagem de divisão, o autor será denunciado nos órgãos de comunicação social e na justiça.
A Guiné-Bissau conta com mais de 30 grupos étnicos e várias confissões religiosas.
Conosaba/Lusa
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