sexta-feira, 29 de maio de 2020

«NÔPINTCHA» GUINÉ-BISSAU: PETROGUIN CONTRAI DÍVIDA DE 500 MILHÕES DE FRANCOS CFA


A empresa Nacional de Pesquisa e Exploração Petrolífera (Petroguin) contraiu, de março de 2019 a março de 2020, uma dívida de cerca de 500 milhões de francos CFA, referente ao pagamento aos bancos, à Segurança Social e à Direção-Geral de Contribuições e Impostos.

A informação foi avançada pelo novo diretor-geral da Petroguin durante uma entrevista concedida à Radiodifusão Nacional na semana passada. 

Danilson Francisco Gomes Ié disse ter herdado uma situação desencorajadora na empresa, pois até agora pairam grandes dúvidas sobre os motivos que estiveram na origem de tais débitos, os quais poderia ser perfeitamente evitáveis. “Só com a Segurança Social temos uma dívida de 262.152.000 FCFA; na DGCI o valor é de 141.948.000; no Ecobank são 113 milhões (entretanto já pagos pela atual Direção). Há relatórios de atividades e vamos investigar para saber se o que aí está corresponde à realidade e como chegámos a esse nível”, explicou.

E, sendo o Estado uma continuidade, o novo homem forte da Petroguin garantiu que vai trabalhar com os técnicos para liquidar o resto das dívidas.

No entanto, Nick, como também é conhecido, esclareceu que aquela instituição não tem nenhuma fonte de rendimento, nem recebe alguma subvenção do governo e vive 100 por cento com o apoio dos parceiros internacionais que, neste momento, trabalham na pesquisa de alguns blocos petrolíferos. 

Apesar de todas as dificuldades encontradas, Danilson Gomes Ié afiançou que a Petroguin é uma empresa viável, dependendo apenas das pessoas nomeadas para a dirigir. A seu ver, cada um deve esforçar-se por deixar marcas, pois só assim pode haver avanço e credibilidade da própria empresa perante os seus parceiros porque, caso contrário, haverá desconfiança dos mesmos em relação à Petroguin.

O novo diretor-geral, nomeado no passado dia 31 de março, confessou que encontrou uma situação que nunca esperava da empresa e ficou dececionado com o que viu. Agora, disse que é preciso uma ginástica de sobrevivência e encontrar uma solução para os muitos problemas que se lhe deparam.

Em relação à forma de solucionar as dificuldades herdadas, o responsável começou por explicar que desde que assumiu a Direção da Petroguin adotou estratégias novas, informando aos parceiros que ainda não há condições de pagar dívidas anteriores, mas precisa-se, sim, de mais fundos para a reestruturação da empresa. “Não é uma situação fácil de resolver, mas estou a trabalhar com a minha equipa neste sentido junto de parceiros”, declarou.

Exploração de petróleo

Segundo ele, tudo indica que há petróleo na Guiné-Bissau e vai depender dos resultados das pesquisas que estão a ser feitas no sentido de saber se o produto é comerciável ou não. Citando os técnicos da área, explicou que o termo ‘petróleo não comercial’ é no sentido de descobrir que a quantidade existente não pode cobrir as despesas de exploração e, ainda, gerar alguns lucros.

E se tudo correr como o previsto, disse que “é possível começar a exploração do petróleo” na Guiné-Bissau a partir do próximo ano (2021), já que existem dados encorajadores sobre a existência daquele produto no país, tanto no mar como em terra. . Mas garantiu que não se pode avançar com mais pormenores das zonas a explorar por se tratar de informações confidenciais.

Quanto às expetativas, Nick promete um trabalho árduo para que, quando vier a cessar as funções de diretor-geral da Petroguin, deixe a empresa com uma imagem diferente de toda a sua história, o que só vai acontecer com o empenho e dedicação de todos os trabalhadores da casa. “O meu objetivo é deixar uma referência na empresa, para que os futuros diretores cheguem e encontrem alicerces para poderem fazer ainda melhor do que a minha direção”, desejou.

Por outro lado, Gomes Ié apelou a todos os parceiros nacionais e internacionais a acompanharem a Petroguin na sua caminhada, já que se trata da Guiné-Bissau e não da pessoa do atual diretor. Está convicto de que se trata de uma empresa que, nos próximos tempos, pode trazer dias melhores para o país e a todos os seus filhos, levando-os a depender muito de si próprios.

Por: Ibraima Sori Baldé

Conosaba/jornalnopintcha

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