terça-feira, 16 de outubro de 2018

GUARDAS PRISIONAIS PARALISAM SERVIÇOS EXIGINDO MELHORES CONDIÇÕES LABORAIS

O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional da Guiné-Bissau paralisa os serviços para reivindicar melhoria de condições de segurança das prisões de todo o país e ainda exigem o aumento de muro de vedação das prisões de Mansoa de Bafatá

A reivindicação iniciada, esta segunda-feira (15), deve terminar no próximo dia 20 (sábado) e visa chamar atenção das autoridades nas situações das prisões e dos direitos humanos dos reclusos.

Numa entrevista exclusiva á Rádio Sol Mansi (RSM), o presidente da comissão Negocial, Demba Só, diz que a greve também visa o “desprezo” do governo em cumprir o memorando de entendimento assinado, em Janeiro do ano em curso, com o sindicato, que visa a afectação de fardamento e armamento dos guardas prisionais.

“Fizemos várias diligências junto do patronato e não surtiu efeito. Fomos desprezados”, sustenta.

Anda sobre a greve em curso, Demba considera de “mau-gosto” a reunião convocada pela função pública que pede o levantamento da greve.

“Aquela reunião é um simples Djumbai de mau-gosto. Dizem que tem um novo formato assinado com a UNTG onde todos os levantamentos dos problemas na função pública são feitos e depois serão escalonados e só depois os problemas serão priorizados, então quando os nossos problemas serão resolvidos se já existe um memorando de entendimento assinado”, questiona.

Demba só denuncia ainda que as celas não têm camas e água potável.

“Como se pode respeitar os direitos humos se numa cela de 6 pessoas são colocadas mais de 10 pessoas. As camas dos reclusos são amaradas com cordas e tem celas onde os reclusos dormem no chão. Os últimos dados, recolhidos hoje (15), revelam que existem 105 reclusos em 6 celas onde em cada cela deveria estar apenas 6 reclusos. É uma situação totalmente alarmante”, explica.

O sindicalista avança ainda que as prisões do país encontram-se em estado avançado de degradação e os direitos humanos dos reclusos são violados diariamente, sendo que um recluso padece de problemas sérios de saúde pública.

“Tem uma pessoa que padece de tuberculose e deve ser levado ao médico todos os dias, mas isso não acontece porque a viatura doada está com avaria e são precisos 50.000 francos cfa para a recuperação da viatura. O Estado da Guiné-Bissau não pode fazer isso. É extremamente revoltante e por isso vamos continuar determinados em mudar para melhor a situação”, determina.

Os Guardas prisionais ameaçam entregar, ainda amanhã (16), mais um pré-aviso de greve para fazer valer os seus direitos.

As reivindicações devem continuar até que o memorando com o governo seja cumprido.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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