O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, explicou ontem aos partidos políticos com assento parlamentar os atrasos no recenseamento eleitoral, numa reunião de mais de três horas.
A Guiné-Bissau tem eleições legislativas marcadas para 18 de novembro, mas o recenseamento eleitoral, que devia ter começado a 23 de agosto, ainda não arrancou devido a atrasos na chegada dos `kits` de registo biométrico.
"Nós ouvimos explicações nos atrasos que se têm registado não só na chegada dos kits ao país, mas no próprio início do processo de recenseamento e essas explicações apontam para o facto de já só serem questões burocráticas que estão a atrasar a saída dos kits", afirmou Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Domingos Simões Pereira disse que se espera que os `kits` possam estar no país "nas próximas horas" e que o PAIGC recebeu garantias do Governo de que será apresentado um novo cronograma eleitoral assim que aqueles aparelhos de registo biométrico dos eleitores se encontrarem na Guiné-Bissau.
"Nós aproveitamos para exortar os nossos colegas dirigentes de partidos políticos para não fazer uso em termos de tirar benefícios. É preciso ter algum `fair play` e reconhecer que este Governo é uma consequência do bloqueio político que se estabeleceu no país e portanto basta de jogar vantagens partidárias", afirmou Domingos Simões Pereira.
Para o antigo primeiro-ministro, agora é preciso criar "condições objetivas para a ida às urnas no prazo mínimo possível para esse efeito".
A Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau defendeu na sexta-feira, em comunicado à imprensa, um novo cronograma eleitoral por causa da lei sobre a inalterabilidade dos cadernos eleitorais.
O vice-presidente do Partido de Renovação Social (PRS), Certório Biote, disse aos jornalistas que se aguarda a chegada dos `kits` para ser feita uma atualização do cronograma eleitoral.
"Depois de recebermos os `kits`, o Governo vai analisar e propor um novo cronograma", disse.
Questionados pelos jornalistas sobre a possibilidade de as eleições serem adiadas, ambos os dirigentes políticos afirmaram que primeiro é preciso os `kits` de recenseamento biométrico chegarem ao país e só depois essa possibilidade poderá ser analisada.
Conosaba/RTP
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