No arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, 76 pessoas foram encontradas numa piroga ao largo da ilha da Caravela. Entre estas encontravam-se duas mulheres grávidas e crianças, nomeadamente um bebé de um ano. A Guiné-Bissau e o Senegal são pontos de partida de milhares de africanos que, há anos, tomam a perigosa rota atlântica para tentar chegar à Europa.
Desta vez, os candidatos à emigração clandestina pretendiam sair da Guiné-Bissau a partir da ilha de Caravela.
Foram surpreendidos no último fim-de-semana pela Brigada Costeira da Guarda Nacional que os deteve.
De acordo com Rui Djassi, delegado da Polícia de Ordem Pública, que coordena as ilhas Bijagós, seriam um total de 76 pessoas, cidadãos da Guiné-Conacri, da Gâmbia, do Senegal e alguns da Guiné-Bissau.
Entre os estrangeiros, alguns estavam munidos de documentos da Guiné-Bissau, mas sabe-se que não são guineenses.
O delegado da Polícia nas ilhas Bijagós explicou que as tentativas de utilização daquela parte da Guiné-Bissau para emigração clandestina são recorrentes e lembrou uma operação efetuada em Novembro de 2023 em que a Polícia interceptou e deteve 36 pessoas.
Os dois grupos foram transferidos para Bissau e os respectivos processos foram entregues à Justiça.
Rui Djassi afirma que as ilhas Bijagós são vulneráveis e as redes mafiosas de emigração clandestina utilizam-nas sem qualquer dificuldade. A maioria dos clandestinos apanhados tentam chegar às Canárias em Espanha.
O deputado e ex-ministro, Francisco Conduto de Pina, natural das ilhas Bijagós e que defende uma ampla autonomia para a zona, é de opinião de que só com o reforço das patrulhas com recurso a GPS será possível estancar as redes de emigração clandestina, prostituição e trafico de droga nos Bijagós.
Bissau, 02 de abril de 2025
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