O terramoto deixou centenas de mortos e um rastro de destruição em Marrocos, a 8 de Setembro de 2023. Al Maghribi Al Youm via REUTERS - AL MAGHRIBI AL YOUM
Em Marrocos, pelo menos 1 037 pessoas morreram na sequência de um sismo de magnitude 6,9 na escala de Richter que abalou a região de Marraquexe, no centro do país. As operações de busca e socorro estão em curso e é ainda provisório o balanço deste terramoto que foi sentido em Portugal, no Mali e na Argélia.
Às 23 horas de sexta-feira 8 de Setembro, um sismo abalou parte do território marroquino, com o epicentro registado na localidade de Ighil, a 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, matando pelo menos 1 037 pessoas e ferindo outras 1 200 no balanço mais recente do Ministério do Interior de Marrocos.
As operações de busca, socorro e resgate estão em curso e o balanço de vítimas tende a agravar-se, uma vez que o terramoto atingiu uma área montanhosa de difícil acesso, mas também diversas cidades próximas de Marraquexe, como Al Haouz, Agadir, Ouarzazate e Taroudant.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a atividade sísmica em todo o mundo, o terramoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilómetros.
Estão a ser divulgados vídeos de edifícios desabados e danificados, incluindo partes das muralhas vermelhas que cercam a cidade velha de Marraquexe, Património Mundial da UNESCO.
Durante o sismo, os habitantes saíram às ruas em pânico e muitos dormiram ao relento, em praças e zonas destapadas, temendo o desmoronamento das suas próprias habitações.
A televisão local mostrou fotos de um minarete de mesquita caído entre os escombros e carros esmagados. De Rabat a Marraquexe, as testemunhas descrevem grandes danos materiais, com casas transformadas em escombros.
Sismo sentido até Mali, Argélia Portugal
O terramoto foi sentido em Casablanca e Rabat, a 300 e 400 km respetivamente de Marraquexe e chegou a ser sentido em várias regiões de Portugal, em Espanha, no Mali e na Argélia.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) confirmou o abalo ressentido em Portugal, com intensidade máxima III/IV na escala de Mercalli, o que significa que os carros estacionados balançam, as janelas, portas e loiças tremem, e os vidros e loiças chocam ou tilintam, podendo as paredes ou estruturas de madeira ranger, segundo o IPMA.
Reacções internacionais
Os dirigentes do G20, reunidos numa cimeira na Índia expressaram as suas condolências. O Primeiro Ministro indiano Narendra Modi disse que "a Índia está pronta a oferecer toda a assistência possível a Marrocos neste momento difícil", assim como a UE, o Reino Unido, a França e Portugal, que se disponibilizaram para ajudar Marrocos, nomeadamente com os primeiros socorros.
O chefe de Estado turco, Recep Tayip Erdogan, a partir de Nova Deli, onde participa na cimeira do G20 reagiu: "Estaremos ao lado dos nossos irmãos e irmãs marroquinos na medida das nossas capacidades", a Turquia tendo sido recentemente atingida por um forte terramoto de magnitude 7,8 em fevereiro, que matou mais de 50 mil pessoas e provocou milhões de desalojados no sudeste do país.
A Espanha, que tem mantido uma relação algo tensa com Marrocos, mostrou-se "solidária" com todas as vítimas e os familiares das vítimas".
Nesta manhã de sábado 9 de Setembro, habitantes da cidade de Marraquexe faziam filas para doar sangue, a pedido dos hospitais da cidade que deram o alerta sobre o facto de as reservas estarem baixas.
Em 29 de fevereiro de 1960, um terramoto destruiu Agadir, na costa ocidental do país, matando mais de 12 mil pessoas, ou seja, um terço da população da cidade.
Por: RFI
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